Operação da PF mira ação do PCC para matar agentes públicos
O objetivo é desarticular um movimento arquitetado em unidades prisionais federais que planejava o assassinato de agentes
Agência Brasil
Publicado em 19 de julho de 2017 às 10h47.
Última atualização em 19 de julho de 2017 às 15h49.
A Polícia Federal (PF) no Rio Grande do Norte deflagrou hoje (19) durante a Operação Não Passarão, com abrangência em três cidades: São Paulo, Rio de Janeiro e Mossoró.
O objetivo era desarticular o movimento organizado em unidades prisionais federais que planejava o assassinato de agentes públicos, em resposta ao regime rígido aplicado dentro desses presídios.
Segundo a PF, o Primeiro Comando da Capital (PCC) costuma apelidar o regime de opressão, e pretendia se vingar.
O levantamento da PF apontou que a facção criminosa PCC assassinou dois agentes penitenciários federais em menos de um ano em Cascavel (PR) e em Mossoró (RN).
Durante as investigações, descobriu-se que a facção ainda planejava a execução de dois agentes por unidade prisional.
A apuração do segundo assassinato levou a Polícia Federal a São Paulo, onde integrantes do PCC planajevam os assassinatos há dois anos, realizando coleta de dados, preparando a ação e contando, inclusive, com a participação de pessoas próximas da vítima.
Os alvos da facção eram escolhidos sem pessoalidade, mas de acordo com a vulnerabilidade, de modo que o assassinato ocorresse sem que fossem deixados indícios de autoria.
Participam da operação cerca de 30 policiais federais, que cumpriram oito mandados de busca e apreensão (quatro no Rio de Janeiro e quatro em São Paulo) e mais quatro de prisão preventiva (três em São Paulo e um em Mossoró).
Ao todo foram emitidos 14 mandados, mas dois não foram cumpridos porque as pessoas não foram localizadas.
Um deles era um mandado de prisão preventiva, em São Paulo. O outro era um mandado de condução coercitiva, no Rio de Janeiro.
Segundo o delegado da Polícia Federal em Mossoró, Mário Sério Nery, as buscas resultaram na apreensão de materiais como celulares e notebooks.
"Os objetos podem conter provas e indícios que, possivelmente, darão continuidade às investigações, se necessário", disse Nery.