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PF esperou Braga Netto voltar de viagem para realizar prisão

General foi um dos indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado. Ele foi preso neste sábado (14) por tentativa de obstrução das investigações

O militar estava na região Nordeste do país quando saiu a determinação da prisão (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O militar estava na região Nordeste do país quando saiu a determinação da prisão (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 14 de dezembro de 2024 às 12h38.

Última atualização em 14 de dezembro de 2024 às 12h38.

A prisão do general Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, ocorreu neste sábado (14) porque a Polícia Federal aguardava o seu retorno de uma viagem. O militar, que foi candidato a vice na chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022, estava na região Nordeste do país quando saiu a determinação da prisão, na última quinta-feira, dia 12.

Fontes da PF informaram que para evitar uma exposição desnecessária, a polícia preferiu aguardar ele retornar de viagem. O militar voltou ao Rio de Janeiro na sexta-feira à noite e, na manhã deste sábado, a PF cumpriu os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão. Ele foi preso em Copacabana, na Zona Sul do Rio.

O general da reserva foi um dos indiciados no inquérito que apura uma trama golpista cujo objetivo era manter Bolsonaro no poder. Ele foi preso por tentativa de obstrução das investigações. No pedido de prisão, a PF aponta que Braga Netto tentou obter informações sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

A corporação diz, ainda, que a mudança substancial nos relatos do colaborador sobre a participação de Braga Netto nos planos golpistas que visavam manter Bolsonaro no poder indica que "as ações de obstrução surtiam o efeito pretendido pela organização criminosa, na medida que retardaram a identificação de fatos relevantes".

Em depoimento no último dia 5, Mauro Cid confirmou à PF que Braga Netto tentou obter informações sobre a sua delação por meio do seu pai, o general Mauro César Lourena Cid.

— Basicamente, isso aconteceu logo depois da minha soltura, quando eu fiz a colaboração naquele período, onde não só ele, como outros intermediários, tentaram saber o que eu tinha falado. Fazia um contato com o meu pai, tentavam ver o que eu tinha, se realmente eu tinha colaborado, porque a imprensa estava falando muita coisa — disse.

Braga Netto, Bolsonaro, Cid e outros 34 homens foram indiciados pela PF no mês passado por tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa.

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