Polícia Federal: grupo operava nas fábricas de cigarro em nome de "laranjas", não pagava os impostos e ficava com o lucro (Vagner Rosário/VEJA)
Agência Brasil
Publicado em 16 de abril de 2019 às 11h21.
Uma operação conjunta da Polícia Federal (PF), do Ministério Público Federal e da Receita Federal com o nome Grandes Rios foi deflagrada nesta terça-feira, 16, para combater fraudes de um grupo criminoso que abria fábricas de cigarros em nome de "laranjas" e enriquecia com sonegação de impostos e lavagem de dinheiro.
A estimativa é que a fraude alcance os R$ 3,5 bilhão, de acordo com a Polícia Federal. A PF cumpre 21 mandados de busca e apreensão na ação que ocorre nos estados do Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, de São Paulo e Pernambuco.
O grupo operava nas fábricas de cigarro em nome de "laranjas", não pagava os impostos e ficava com o lucro. Quando as empresas tinham o registro para funcionamento cancelado em função da sonegação de impostos, os criminosos passavam a operar uma nova fábrica, também em nome de "laranjas". Os lucros eram convertidos em bens e valores acumulados no Brasil e no exterior por meio de lavagem de dinheiro.
De acordo com a PF, são investigados os crimes de falsificação de selo ou sinal público de cigarros, sonegação de tributos federais, lavagem de capitais, organizações criminosa e evasão de divisas.
Participam diretamente da operação 110 servidores da Polícia Federal e 65 da Receita Federal. A operação foi batizada de "Grandes Rios" devido aos principais estados envolvidos: Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.