Ricardo Coutinho é o novo governador paraibano (Arquivo/Wikimedia Commons/Divulgação)
Agência O Globo
Publicado em 17 de dezembro de 2019 às 10h02.
Última atualização em 17 de dezembro de 2019 às 10h48.
Rio de Janeiro — O ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB) é alvo de mandado de prisão preventiva na Operação Calvário, deflagrada na manhã desta terça-feira (17) pela Polícia Federal, na Paraíba.
A PF investiga o desvio de recursos públicos destinados a saúde por meio de fraudes em licitações e em concurso público, corrupção e irregularidades no financiamento de campanhas e o superfaturamento em equipamentos, serviços e medicamentos.
São cumpridos 54 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de prisão preventiva, nos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Goiás e Paraná.
A Polícia Federal diz que um agente político, que ocupou cargo de alto escalão no executivo estadual, encontra-se fora do país, e que foi solicitada a inclusão do seu nome na difusão vermelha da Interpol, mas não cita o nome do ex-governador.
A PF, o Ministério Público Federal (MPF) e Controladoria-Geral da União (CGU) apuram o desvio de R$ 134,2 milhões, sendo R$ 120 milhões que teriam sido destinados a políticos e às campanhas eleitorais de 2010, 2014 e 2018.
De acordo com as investigações da PF, organizações sociais organizaram uma rede de prestadores de serviços terceirizados e de fornecedores, com a celebração de contratos com sobre-preço na gestão dos Hospitais de Trauma, de Mamanguape, e o Metropolitano em Santa Rita.
Segundo a PF, para se blindar da fiscalização do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, a organização pagou vantagens indevidas, valendo-se de contratos de “advocacia preventiva” ou contratos de “advocacia por êxito”, para ocultar ou dissimular a natureza, origem, disposição e movimentação dos valores.
A defesa do ex-governador ainda não se pronunciou sobre a operação da Polícia Federal.