Petrobras será foco dos debates de TV
Aécio atribuirá responsabilidades dos escândalos à Dilma Rousseff e a petista deve explorar denúncias contra o PSDB, como o cartel de trens e o mensalão mineiro
Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2014 às 09h50.
Brasília - Os candidatos à Presidência Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) se encaram pela primeira vez neste 2.º turno na terça-feira (14), em debate na TV Bandeirantes, que deve ter como assunto principal os escândalos da Petrobras .
Aécio vai cobrar explicações e usar tom mais duro para atribuir responsabilidades à presidente, que concorre ao segundo mandato. Dilma, por sua vez, insistirá em um "pacote" de suspeitas que pesam sobre os tucanos.
A ordem na equipe petista é partir para a ofensiva contra o PSDB, citando denúncias não apenas contra Aécio, mas também casos como a aprovação da emenda da reeleição , no governo Fernando Henrique Cardoso, e o do cartel de trens e metrô nas gestões Geraldo Alckmin e José Serra e Mário Covas, todas do PSDB.
Dilma foi orientada a explorar o mensalão mineiro como matriz da corrupção. O escândalo ocorreu durante a campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas, em 1998. Além disso, a presidente vai destacar a denúncia de compra de votos no Congresso, em 1997, para permitir a reeleição do então presidente FHC. A ideia é mostrar o que os petistas chamam de "contradição" entre a proposta de Aécio de acabar com a reeleição e o que o PSDB fez quando comandava o País.
"Quem defendeu a reeleição foram eles, e com métodos pouco republicanos", disse ao Estado o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que tirou férias para ajudar na campanha de Dilma. "Então, quando eles estão no governo, mudam a regra, durante o jogo, para favorecer o governo deles. E quando nós ganhamos querem mudar de forma casuística? A democracia precisa ter regras estáveis e mudanças assim, de última hora, são perigosas." O plano de governo de Aécio prevê o fim da reeleição e alteração do mandato de quatro para cinco anos apenas em 2022.
Desespero
Para a campanha do PSDB, os petistas mostram "desespero" na reta final. Aécio vai insistir nos depoimentos do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef para fustigar Dilma. Na quinta-feira, a Justiça Federal divulgou áudios dos depoimentos nos quais a dupla acusa o tesoureiro do PT, João Vaccari, de receber propina desviada da Petrobrás. Em nota, Vaccari disse que processará os depoentes.
"Esse tipo de vazamento, no meio da campanha, é uma aberração", afirmou o ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, amigo de Vaccari. "Isso é contrário ao interesse do processo, coloca a honra das pessoas exposta à opinião pública e permite interpretações de que o juiz promoveu uma ação de cunho eleitoral." O tema da corrupção promete esquentar a campanha nesta reta final.
Além do confronto na TV Bandeirantes, Dilma e Aécio vão participar de outros três debates - SBT na quinta-feira, Record no próximo domingo e Globo no dia 24. Nesses enfrentamentos, o tucano vai insistir que, na época da nomeação de Costa - o diretor de Abastecimento da Petrobrás que delatou um esquema de cobrança de propina na estatal para favorecer o PT, o PMDB e o PP -, Dilma era ministra de Minas e Energia do governo Lula.
Aécio lembrará que o ministério é responsável por diretrizes e investimentos do setor de petróleo e gás. Ministra da Casa Civil a partir de 2005, Dilma também foi presidente do Conselho Administrativo da Petrobrás, cargo que ocupava quando a estatal comprou a refinaria de Pasadena, nos EUA. O negócio provocou prejuízo milionário à empresa.
Para o candidato do PSDB, essas credenciais empurram Dilma para a posição de "corresponsável" pela corrupção na Petrobrás. Pesquisas em poder da campanha de Aécio mostram que os eleitores aprovaram a atitude dele, nos últimos debates do 1.º turno, ao cobrar "indignação" de Dilma em relação aos escândalos. Com essa avaliação, Aécio vai repetir a estratégia nos próximos confrontos.
"As pessoas são responsáveis tanto por suas ações quanto por suas inações. O festival de corrupções aconteceu nas barbas dela, resumiu o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Brasília - Os candidatos à Presidência Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) se encaram pela primeira vez neste 2.º turno na terça-feira (14), em debate na TV Bandeirantes, que deve ter como assunto principal os escândalos da Petrobras .
Aécio vai cobrar explicações e usar tom mais duro para atribuir responsabilidades à presidente, que concorre ao segundo mandato. Dilma, por sua vez, insistirá em um "pacote" de suspeitas que pesam sobre os tucanos.
A ordem na equipe petista é partir para a ofensiva contra o PSDB, citando denúncias não apenas contra Aécio, mas também casos como a aprovação da emenda da reeleição , no governo Fernando Henrique Cardoso, e o do cartel de trens e metrô nas gestões Geraldo Alckmin e José Serra e Mário Covas, todas do PSDB.
Dilma foi orientada a explorar o mensalão mineiro como matriz da corrupção. O escândalo ocorreu durante a campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas, em 1998. Além disso, a presidente vai destacar a denúncia de compra de votos no Congresso, em 1997, para permitir a reeleição do então presidente FHC. A ideia é mostrar o que os petistas chamam de "contradição" entre a proposta de Aécio de acabar com a reeleição e o que o PSDB fez quando comandava o País.
"Quem defendeu a reeleição foram eles, e com métodos pouco republicanos", disse ao Estado o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que tirou férias para ajudar na campanha de Dilma. "Então, quando eles estão no governo, mudam a regra, durante o jogo, para favorecer o governo deles. E quando nós ganhamos querem mudar de forma casuística? A democracia precisa ter regras estáveis e mudanças assim, de última hora, são perigosas." O plano de governo de Aécio prevê o fim da reeleição e alteração do mandato de quatro para cinco anos apenas em 2022.
Desespero
Para a campanha do PSDB, os petistas mostram "desespero" na reta final. Aécio vai insistir nos depoimentos do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef para fustigar Dilma. Na quinta-feira, a Justiça Federal divulgou áudios dos depoimentos nos quais a dupla acusa o tesoureiro do PT, João Vaccari, de receber propina desviada da Petrobrás. Em nota, Vaccari disse que processará os depoentes.
"Esse tipo de vazamento, no meio da campanha, é uma aberração", afirmou o ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, amigo de Vaccari. "Isso é contrário ao interesse do processo, coloca a honra das pessoas exposta à opinião pública e permite interpretações de que o juiz promoveu uma ação de cunho eleitoral." O tema da corrupção promete esquentar a campanha nesta reta final.
Além do confronto na TV Bandeirantes, Dilma e Aécio vão participar de outros três debates - SBT na quinta-feira, Record no próximo domingo e Globo no dia 24. Nesses enfrentamentos, o tucano vai insistir que, na época da nomeação de Costa - o diretor de Abastecimento da Petrobrás que delatou um esquema de cobrança de propina na estatal para favorecer o PT, o PMDB e o PP -, Dilma era ministra de Minas e Energia do governo Lula.
Aécio lembrará que o ministério é responsável por diretrizes e investimentos do setor de petróleo e gás. Ministra da Casa Civil a partir de 2005, Dilma também foi presidente do Conselho Administrativo da Petrobrás, cargo que ocupava quando a estatal comprou a refinaria de Pasadena, nos EUA. O negócio provocou prejuízo milionário à empresa.
Para o candidato do PSDB, essas credenciais empurram Dilma para a posição de "corresponsável" pela corrupção na Petrobrás. Pesquisas em poder da campanha de Aécio mostram que os eleitores aprovaram a atitude dele, nos últimos debates do 1.º turno, ao cobrar "indignação" de Dilma em relação aos escândalos. Com essa avaliação, Aécio vai repetir a estratégia nos próximos confrontos.
"As pessoas são responsáveis tanto por suas ações quanto por suas inações. O festival de corrupções aconteceu nas barbas dela, resumiu o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.