Petrobras nega irregularidades em saque de US$ 10 mi
Segundo nota, saque foi autorizado verbalmente, "por ser uma atividade usual de trading (depósitos e saques em corretoras), o que é considerado normal"
Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2014 às 20h02.
Rio de Janeiro - A Petrobras negou nesta quinta-feira irregularidades no saque de US$ 10 milhões, sem autorização por escrito, pela refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), quando ainda era administrada meio a meio pela Petrobras e pela comercializadora belga Astra Oil. O saque foi identificado por auditoria interna.
Segundo nota divulgada pela estatal, o saque foi autorizado verbalmente, "por ser uma atividade usual de trading (depósitos e saques em corretoras), o que é considerado normal".
A auditoria na Petrobras América Inc. (PAI), subsidiária da companhia nos EUA, foi classificada como "rotineira".
O saque de US$ 10 milhões foi revelado hoje pelo jornal O Globo. A autorização verbal "não encontra amparo em norma interna nem nas boas práticas de controle interno", conforme relatório citado pelo jornal.
A Petrobras, entretanto, afirma na nota que acatou a recomendação da auditoria interna, "no sentido de formalizar e arquivar a documentação de suporte relativa aos saques efetuados em contas mantidas em corretoras".
O saque teria sido feito da conta da refinaria na corretora MF Global, em fevereiro de 2010, quando Petrobras e Astra estavam em litígio.
A corretora norte-americana faliu em 2011, na esteira da crise econômica de 2008. Conforme noticiado à época, o rombo nas contas da corretora chegou a US$ 1,2 bilhão.
O relatório da auditoria interna não detalha quem fez o saque de US$ 10 milhões na conta da MF Global nem qual foi o destino do dinheiro, informou o jornal. A auditoria também se debruçou sobre a gestão do estoque.
"Com relação aos estoques, foram adotados controles reforçando o procedimento mensal de conciliação. Da realização da auditoria até agora, a Petrobras América vem adotando medidas para correção dos problemas detectados", diz a nota divulgada ontem.
O valor dos estoques é um dos mistérios do caso. No início do mês, o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, revelou que os estoques de Pasadena foram avaliados em apenas US$ 6,1 milhões, em 31 de dezembro de 2005, pela consultoria BDO Seidman.
Ainda assim, a Petrobrás pagou US$ 170 milhões por metade dos estoques, no ato da compra, em 2006.
No fim das contas, a estatal pagaria US$ 340 milhões pelos estoques - incluindo outros US$ 170 milhões pelos 50% restantes da "trading".
Após o litígio, em junho de 2012, a Petrobrás se viu obrigada a comprar a fatia da Astra, desembolsando no total, desde 2006, US$ 1,249 bilhão - além da refinaria e dos estoques, houve gastos com juros, empréstimos e garantias e despesas legais. Em 2005, a Astra comprara Pasadena por US$ 42,5 milhões.
O contrato desprotegeu a Petrobrás. Mês passado, a compra da refinaria voltou a ser questionada após a presidente Dilma Rousseff confirmar ao Estado que deu aval ao negócio, quando presidia do Conselho de Administração da estatal.
Rio de Janeiro - A Petrobras negou nesta quinta-feira irregularidades no saque de US$ 10 milhões, sem autorização por escrito, pela refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), quando ainda era administrada meio a meio pela Petrobras e pela comercializadora belga Astra Oil. O saque foi identificado por auditoria interna.
Segundo nota divulgada pela estatal, o saque foi autorizado verbalmente, "por ser uma atividade usual de trading (depósitos e saques em corretoras), o que é considerado normal".
A auditoria na Petrobras América Inc. (PAI), subsidiária da companhia nos EUA, foi classificada como "rotineira".
O saque de US$ 10 milhões foi revelado hoje pelo jornal O Globo. A autorização verbal "não encontra amparo em norma interna nem nas boas práticas de controle interno", conforme relatório citado pelo jornal.
A Petrobras, entretanto, afirma na nota que acatou a recomendação da auditoria interna, "no sentido de formalizar e arquivar a documentação de suporte relativa aos saques efetuados em contas mantidas em corretoras".
O saque teria sido feito da conta da refinaria na corretora MF Global, em fevereiro de 2010, quando Petrobras e Astra estavam em litígio.
A corretora norte-americana faliu em 2011, na esteira da crise econômica de 2008. Conforme noticiado à época, o rombo nas contas da corretora chegou a US$ 1,2 bilhão.
O relatório da auditoria interna não detalha quem fez o saque de US$ 10 milhões na conta da MF Global nem qual foi o destino do dinheiro, informou o jornal. A auditoria também se debruçou sobre a gestão do estoque.
"Com relação aos estoques, foram adotados controles reforçando o procedimento mensal de conciliação. Da realização da auditoria até agora, a Petrobras América vem adotando medidas para correção dos problemas detectados", diz a nota divulgada ontem.
O valor dos estoques é um dos mistérios do caso. No início do mês, o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, revelou que os estoques de Pasadena foram avaliados em apenas US$ 6,1 milhões, em 31 de dezembro de 2005, pela consultoria BDO Seidman.
Ainda assim, a Petrobrás pagou US$ 170 milhões por metade dos estoques, no ato da compra, em 2006.
No fim das contas, a estatal pagaria US$ 340 milhões pelos estoques - incluindo outros US$ 170 milhões pelos 50% restantes da "trading".
Após o litígio, em junho de 2012, a Petrobrás se viu obrigada a comprar a fatia da Astra, desembolsando no total, desde 2006, US$ 1,249 bilhão - além da refinaria e dos estoques, houve gastos com juros, empréstimos e garantias e despesas legais. Em 2005, a Astra comprara Pasadena por US$ 42,5 milhões.
O contrato desprotegeu a Petrobrás. Mês passado, a compra da refinaria voltou a ser questionada após a presidente Dilma Rousseff confirmar ao Estado que deu aval ao negócio, quando presidia do Conselho de Administração da estatal.