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Pessoas protestam em Copacabana durante a Via Sacra

Algumas centenas de pessoas participaram de um protesto na rua Barata Ribeiro, a duas quadras da Avenida Atlântica

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2013 às 21h37.

Rio de Janeiro - O grito "esta é a juventude do papa" dos peregrinos presentes na Via Sacra encenada nesta sexta-feira na praia de Copacabana se confundiu com as palavras de ordem contra o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, entoadas por manifestantes.

Algumas centenas de pessoas participaram de um protesto na rua Barata Ribeiro, a duas quadras da Avenida Atlântica, onde estavam reunidas mais de um milhão de pessoas para ver o papa Francisco, que chegou ao Brasil na segunda-feira passada.

O grupo, acompanhado pela polícia, conseguiu chegar até a praia pouco depois do fim do ato religioso e de que o papa se retirasse do local, constatou um jornalista da Agência Efe.

"Se Deus é brasileiro, o diabo é carioca", dizia um cartaz, em referência a Cabral, alvo da maioria das palavras de ordem e a quem acusaram de "corrupção" e de ser "um pecador".

O momento mais tenso do protesto aconteceu quando os manifestantes tentaram acessar a parte de trás do palco central, onde ficam os camarins dos atores que participaram da Via Sacra e a área reservada às autoridades.

Os soldados da Força Nacional detiveram os manifestantes, formando um cordão e sem o uso de violência, e estes se retiraram para outra parte da praia, onde dezenas de milhares de fiéis assistiam aos shows posteriores ao ato religioso.

Alguns peregrinos vaiaram os manifestantes e criticaram cartazes que faziam referências religiosas. "Me chamo Jesus e venho aqui para dizer que Deus não existe", dizia outro deles.

Outros devotos rezaram o Pai Nosso e a Ave Maria para os manifestantes, que retrucaram gritando "vocês são abençoados, mas também são explorados".

No começo da manifestação, os voluntários da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) fizeram um cordão durante a concentração que separava os manifestantes e os peregrinos, que em alguns momentos debateram sobre as reivindicações dos primeiros.

"O governo brasileiro não deveria ter financiado com recursos públicos a vinda do papa", se queixou à Efe Julio César de Andrade, um dos manifestantes.

No protesto participaram alguns jovens com máscaras e camisas no rosto, usados em outras mobilizações nas últimas semanas por pessoas que realizaram saques e atos de vandalismo.

Durante o ato, o papa declarou que, com a cruz, Jesus se une aos muitos jovens que perderam sua confiança nas instituições políticas "porque veem egoísmo e corrupção".

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