Comoção: "O resultado é razoável com o nome que a Marina já tem, com o momento de impacto da tragédia", afirmou professor (REUTERS/Ricardo Moraes)
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2014 às 14h10.
São Paulo - A pesquisa Datafolha, feita nos dois dias seguintes ao acidente que matou Eduardo Campos, é "uma fotografia de um momento confuso", segundo o cientista político e professor do Insper Carlos Melo.
"Essa pesquisa, do ponto de vista de previsão de resultado da eleição, conta pouco. Não dá pra saber se é a comoção. Se tivesse sido feita no sábado e no domingo, talvez os números fossem ainda maiores por conta da comoção", analisa Melo.
Segundo o professor, somente uma pesquisa qualitativa poderia mostrar o quanto de emoção existe no porcentual atingido por Marina Silva nesse levantamento.
"Tem de tudo um pouco nesse crescimento. Eduardo tinha mais abrangência política, ela tem mais densidade eleitoral, ainda está abaixo do que já esteve", comenta Carlos Melo.
Para ele, mesmo que os programas de TV dos candidatos explorem a tragédia e o legado de Eduardo Campos, é inevitável que o assunto perca espaço na mídia.
Carlos Melo acredita que Marina tem potencial para atingir um patamar maior na corrida eleitoral, o que só poderá ser verificado quando "a temperatura baixar".
"O resultado é razoável com o nome que a Marina já tem, com o momento de impacto da tragédia. Mas o quanto isso é sustentável nós vamos ter que esperar mais alguns dias", afirmou.
Para Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), segundo o cientista, a entrada de Marina Silva é considerada uma ameaça. "Acho que ela tende a se aproximar do patamar que já teve. A Marina entra mesmo na terceira via, nos indecisos que não são nem PT, nem PSDB", afirma.