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Bolsonaro sobre presidência da Petrobras: 'Pergunta para o Sachsida'

Bolsonaro afirmou que o novo ministro de Minas e Energia tem "carta branca" para decidir os rumos da estatal

 Presidente da República, Jair Bolsonaro (Alan Santos/PR/Flickr)

Presidente da República, Jair Bolsonaro (Alan Santos/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de maio de 2022 às 10h14.

Última atualização em 16 de maio de 2022 às 12h25.

Ao ser questionado sobre possível troca no comando da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro disse que o novo ministro de Minas e Energia tem "carta branca" para decidir os rumos da estatal.

"Pergunta para o Adolfo Sachsida", respondeu o chefe do Executivo, que já demitiu dois presidentes da petroleira em seu governo. O aumento do preço dos combustíveis tem preocupado o comitê da campanha de Bolsonaro à reeleição.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, o presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, está sob pressão e passa por uma fritura no governo, apenas um mês depois de assumir o cargo. Na última quarta-feira, 11, Bolsonaro resolveu demitir o almirante Bento Albuquerque do comando do Ministério de Minas e Energia, após ter reclamado, durante sua tradicional live de quinta-feira nas redes sociais, do preço do diesel e dito que o lucro da Petrobras é um "estupro".

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No lugar de Albuquerque, assumiu Sachsida, que fazia parte da equipe econômica e é apoiador ferrenho do presidente. "Pergunta para o Adolfo Sachsida. Ele é o ministro das Minas e Energia e trata disso. Deixo bem claro: todos os meus ministros, sem exceção, eu dou carta branca para fazer valer aquilo que ele acha melhor para o seu ministério para melhor atender a população", disse Bolsonaro, após andar de moto e ir a feiras em Brasília. "Ele está há 30 dias lá", emendou, numa referência ao presidente da Petrobras.

Bolsonaro voltou a dizer que "ninguém vai tabelar preço de combustível", mas afirmou que a "finalidade social" da Petrobras não está sendo cumprida. O presidente declarou ainda que a política de preços com paridade internacional, ou seja, vinculada à variação do dólar e do barril de petróleo no exterior, "só existe no Brasil".

Enquanto caminhava e tirava fotos com eleitores hoje na Feira do Guará, o chefe do Executivo ouviu gritos de "já ganhou", numa referência à eleição de outubro, e também um pedido: "Abaixa o preço da gasolina, Bolsonaro". O aumento da inflação e, principalmente, do preço dos combustíveis, como diesel e gasolina, têm preocupado o comitê de campanha do presidente.

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Bolsonaro coleciona uma série de críticas à Petrobras e interferências no comando da estatal. O atual presidente da empresa assumiu o cargo em abril, após a demissão do general Joaquim Silva e Luna, que ficou menos de um ano no cargo. Ele havia assumido a presidência da petroleira após a saída do economista Roberto Castello Branco.

Em 5 de maio, pouco antes da divulgação do balanço da Petrobras, Bolsonaro fez apelos para que a Petrobras não voltasse a aumentar o preço dos combustíveis no Brasil. Aos gritos, durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, o presidente afirmou que os lucros registrados recentemente pela companhia são "um estupro", beneficiam estrangeiros e quem paga a conta é a população brasileira.

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