Belo Horizonte: manifestantes alegam que o ato foi pacífico (Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2014 às 18h58.
Brasília- A Polícia Militar de Minas Gerais (PM-MG) divulgou nota, há pouco, em que informa que o repórter fotográfico Sérgio Moraes, da Agência Reuters, foi ferido durante manifestação contra os gastos da Copa em Belo Horizonte.
“O repórter, que foi atingido na cabeça por um objeto ainda não identificado, recebeu atendimento imediato da Polícia Militar e foi levado até o Hospital Pronto-Socorro João 23. De acordo com a instituição, o jornalista teve um traumatismo craniano leve. O hospital informa ainda que o quadro do jornalista é estável e que ele ficará em observação nas próximas horas”, diz a nota.
Segundo o chefe de imprensa da PM-MG, major Gilmar Luciano, o fotógrafo foi atingido na Praça da Liberdade, onde começou o confronto que envolveu polícia e parte dos manifestantes. “Ainda não se pode afirmar se foi pedra de manifestante ou estilhaço de borracha, pois ele estava de costas”, disse.
De acordo com a PM, o ato foi pacífico das 12h às 16h, e sofreu alterações quando os ativistas se aproximaram do relógio que marcava a contagem regressiva para o início dos jogos do Mundial. “Eles queriam quebrar o relógio e jogaram pedras contra os policiais”, afirmou o major.
Quatro pessoas foram detidas por depredação do patrimônio, de acordo com a polícia. Além disso, “duas delas portavam duas facas e duas, socos ingleses”, segundo Luciano.
Já os manifestantes alegam que o ato foi pacífico. "A gente começou a se aproximar do relógio da Copa e, quando a gente estava próximo, a polícia atirou bala de borracha e bomba de efeito moral”, contou o integrante da Assembleia Popular Horizontal de Belo Horizonte Pedro Rocha.
De acordo com o ativista, a “força desproporcional da polícia acabou gerando certo descontrole, e as pessoas começaram a revidar com pedras”. Ele avalia que “o que a PM fez foi novamente usar da sua força e da violência legitimada para dispersas a manifestação”.
O servidor público Pedro Ribeiro, que também participou do protesto, disse à Agência Brasil que viu uma pessoa ser detida pela polícia "de forma arbitrária". "A PM estava levando duas pessoas e tinha um pessoal filmando. Aí veio um homem negro sozinho atrás, um guarda apontou para ele e mandou ele encostar em uma banca. Na hora, chegou um outro PM como se fosse para revistar, mas dai já foi levando", disse.
De acordo com advogados que acompanham os movimentos sociais de Belo Horizonte, o número de detidos já chega a dez.