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Pela primeira vez em dez anos, metrô perde passageiros

No entanto, a redução é pequena: o número de passageiros passou de de 3,750 milhões para 3,743 milhões por dia


	Plataforma lotada na estação Paulista da Linha 4- Amarela do metrô de São Paulo: segundo engenheiro de trânsito, o metrô atingiu o máximo de sua saturação nos dias úteis
 (FERNANDO MORAES /VEJA SÃO PAULO)

Plataforma lotada na estação Paulista da Linha 4- Amarela do metrô de São Paulo: segundo engenheiro de trânsito, o metrô atingiu o máximo de sua saturação nos dias úteis (FERNANDO MORAES /VEJA SÃO PAULO)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2014 às 09h31.

São Paulo - O Metrô de São Paulo registrou, em 2013, queda na média de passageiros transportados nos dias úteis em sua rede. Embora a redução seja pequena, de 3,750 milhões para 3,743 milhões de passageiros por dia, é a primeira vez que isso ocorre desde 2004. Os dados estão no Relatório da Administração da companhia, publicado no sábado.

Segundo os dados do relatório, o sistema metroviário até transportou mais gente no ano passado do que em 2012. O aumento foi de 1,4%, alcançando 889 milhões de passageiros no ano. Mas o resultado se deve a um crescimento nos fins de semana: 2% de acréscimo, com média de 1,6 milhão de entradas no sistema por dia.

"Em um ano em que não houve inauguração de estações, esses números mostram que o metrô atingiu o máximo de sua saturação nos dias úteis. Não há mais capacidade de absorver demanda", diz o engenheiro de trânsito Horácio Augusto Figueira. Para ele, os números indicam que o metrô não tem mais condições de oferecer lugares para transportar os passageiros nos horários de pico dos dias úteis.

"É por isso que é preciso começar a se pensar em operar em plena carga (com todos os trens funcionando) o dia todo. Aí, há chances de que parte das pessoas saia do horário de pico e comece a entrar no sistema um pouco depois", diz.

Outra saída, diz ele, é aumentar a capacidade dos ônibus. "Está claro que o Metrô precisa de ajuda para dar conta da demanda", diz ele.

Os ônibus gerenciados pela SPTrans registraram aumento do número de passageiros, também em um porcentual pequeno (de 2,916 bilhão de pessoas em 2012 para 2,923 bilhão no ano passado) e a grande ampliação das faixas exclusivas para os coletivos aumentou em até 20% a velocidade de algumas linhas, segundo a Prefeitura.


Esses dados, no entanto, não são o bastante para explicar a queda de passageiros no metrô. "Seria preciso ver a média dos dias úteis nos ônibus", observa Figueira.

A Companhia do Metropolitano diz, em nota, que a queda de passageiros é reflexo da inauguração das Estações Luz e República da Linha 4-Amarela (que abriram, na verdade, em 2011). Segundo a empresa, as paradas "propiciaram mudanças no hábito de viagem dos usuários, que passaram a ter novas opções de integração entre linhas metroferroviárias. Essa mudança impactou diretamente a quantidade de passageiros transportados pelo Metrô de São Paulo, na medida em que reduziu o número de transferências entre linhas nas Estações Sé, Paraíso e Ana Rosa, demonstrando uma melhor distribuição da demanda na rede", diz a companhia.

Tarifa. O relatório da companhia traz também as contas do Metrô. No ano passado, mesmo com a tarifa congelada em R$ 3, a empresa conseguiu arrecadar, com receitas próprias, pouco mais de R$ 2 bilhões, ou 102% de seus custos de operação.

Contudo, ao descontar outros valores, como depreciação e provisão para indenizações judiciais, entre outros, a empresa teve um prejuízo de R$ 76 milhões. É um aumento de 171% em relação ao prejuízo apurado em 2012, quando o Estado registrou prejuízo de R$ 28 milhões com a companhia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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