PCdoB quer divórcio do PT e vai lançar candidato próprio
Partido mais fiel ao PT em todas as eleições presidenciais até agora quer lançar candidato próprio em 2018
Estadão Conteúdo
Publicado em 13 de fevereiro de 2017 às 11h48.
Brasília - Partido mais fiel ao PT nas eleições presidenciais desde a redemocratização, o PCdoB pretende lançar, em março deste ano, candidato próprio ao Palácio do Planalto em 2018.
A legenda trabalha para se livrar da imagem de "puxadinho do PT" e mostrar que tem condições de apresentar um projeto nacional próprio.
Na sigla comunista, há hoje pelo menos três nomes que se colocam como futuros presidenciáveis. O considerado mais forte é o do ex-ministro Aldo Rebelo.
Atualmente sem cargo público, Rebelo, de 60 anos, já foi presidente da Câmara dos Deputados e ocupou vários ministérios relevantes durante os governos do PT, entre eles, Defesa, Esporte, Ciência e Tecnologia e Relações Institucionais. Aldo, porém, resiste a encampar a ideia.
Outro nome defendido é o do atual governador do Maranhão, Flávio Dino. A avaliação é de que Dino tem uma boa interlocução com a oposição - o PSDB, por exemplo, é de sua base aliada no Estado.
Há ainda quem defenda o nome da deputada federal Jandira Feghali (RJ), que foi candidata a prefeita do Rio de Janeiro pelo partido e já foi líder da oposição na Câmara.
Fisionomia
A avaliação de líderes do PCdoB é de que o ciclo político marcado pela polarização entre o PT e PSDB se encerrou. Nesse cenário, após a Operação Lava Jato de diante da crise econômica, acreditam que o eleitor vai exigir "outro caminho".
Por isso, a intenção é assumir uma "fisionomia própria", desassociada do PT.
No Congresso, o partido vem dando demonstrações de descolamento dos petistas. Na eleição para a Mesa Diretora da Câmara, em uma decisão pragmática, a legenda fez questão de fechar apoio à reeleição do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), antes do PT.
Na disputa, os petistas apoiaram oficialmente o deputado André Figueiredo (PDT-CE), que acabou em terceiro lugar, com 59 votos.
"Estamos com a avaliação de que vivemos uma fragmentação razoável no nosso campo político. E num ambiente desses de crise política, com fortes ares de crise institucional, como muita instabilidade, ao contrário de buscar um caminho na defensiva, avaliamos que vale muito a afirmação de um pensamento para o País", afirmou a presidente nacional do PCdoB, a deputada federal Luciana Santos (PE).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.