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Pastor é preso acusado de estuprar fiéis de sua igreja

Marcos Pereira da Silva, líder da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, foi preso pela Polícia Civil do Rio por volta das 22h de terça-feira


	Marcos Pereira da Silva: ao longo das investigações, a polícia descobriu que o pastor teria estuprado seis fiéis, entre elas três menores de idade
 (Reprodução/Youtube)

Marcos Pereira da Silva: ao longo das investigações, a polícia descobriu que o pastor teria estuprado seis fiéis, entre elas três menores de idade (Reprodução/Youtube)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2013 às 10h41.

Marcelo Gomes - O pastor evangélico Marcos Pereira da Silva, líder da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, foi preso pela Polícia Civil do Rio por volta das 22h de terça-feira (7), na Rodovia Presidente Dutra, na altura de São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

Contra ele, havia dois mandados de prisão preventiva pelo crime de estupro. As denúncias foram feitas por fiéis de sua igreja, cuja sede fica em São João de Meriti.

No momento da prisão, o pastor estava em seu carro, um Passat. Ele voltava para sua casa, um luxuoso apartamento em Copacabana, na zona sul da capital.

Segundo a polícia, o imóvel está no nome da igreja e está avaliado em R$ 8 milhões. Os mandados foram decretados pelos juízes Richard Fairclough, da 1ª Vara Criminal de São João de Meriti, e Ana Helena Mota Lima, da 2ª Vara Criminal da mesma comarca, na última quinta-feira (02).

Segundo o delegado Márcio Mendonça, da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), as investigações começaram há pouco mais de um ano, a partir de acusações que o coordenador da ONG AfroReggae, José Júnior, fez sobre o suposto envolvimento de Marcos Pereira com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Ao longo das investigações, a polícia descobriu que o pastor teria estuprado seis fiéis, entre elas três menores de idade. Ele também realizaria orgias em seu apartamento em Copacabana. As pessoas eram chamadas para cultos, mas Pereira as forçava a participar da orgia para "serem purificadas", segundo o delegado.

O policial disse ainda que o pastor costumava agir com violência, e que obrigava mulheres a fazer sexo com mulheres e homens a transar com homens. Uma das vítimas revelou que foi estuprada dos 14 aos 22 anos. Uma segunda seria uma ex-mulher do pastor, com quem foi casado até 1998.


A Polícia Civil ainda investiga o suposto envolvimento do pastor em quatro homicídios, além de tráfico de drogas, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Um dos assassinatos seria de uma jovem que descobriu as orgias e teria tentado denunciá-lo. Um sobrinho de Marcos Pereira também estaria envolvido neste assassinato.

O pastor não possui formação em Teologia. Por isso, será encaminhado nesta quarta-feira (08) à uma prisão comum no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste.

Apoio de fiéis

Após a prisão do pastor, cerca de 30 fiéis da igreja de Marcos Pereira fizeram plantão em frente à sede da DCOD, no Andaraí, na zona norte. Mulheres e crianças trajavam vestidos longos, que cobrem o corpo do pescoço aos pés. O traje é comum entre fiéis da Assembleia de Deus dos Últimos Dias.

Entre os fiéis, estava o ex- pagodeiro Waguinho, que é missionário da Assembleia de Deus dos Últimos Dias há nove anos. Ao sair da delegacia, Waguinho criticou a ação da polícia e as denúncias de José Júnior. O ex-pagodeiro concorreu à Prefeitura de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, nas eleições do ano passado, mas não passou para o segundo turno.

Pelo twitter, o coordenador do AfroReggae comemorou a prisão do pastor: "Quero agradecer a nova gestão da DCOD pelo excepcional trabalho nessa prisão. Dr. Marcio Mendonça num curto espaço de tempo arrebentou!".

Estranho perfil

Marcos Pereira ganhou notoriedade por conseguir convencer criminosos a pôr fim a rebeliões em presídios. Ele chegou a trabalhar junto com a ONG AfroReggae, que se dedica a recuperar moradores de favelas que tiveram envolvimento com o tráfico de drogas.

A parceria terminou em fevereiro de 2012, quando José Júnior, em entrevista ao jornal "Extra", acusou o pastor de ter ordenado os ataques realizados por traficantes contra policiais do Rio, em 2006 e 2010. Pereira negou as acusações e processou Júnior por calúnia e difamação, mas o processo foi extinto pela Justiça.

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