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Passaporte da vacina no Rio reduz número de atrasados para a segunda dose

"Desde a publicação dos decretos que falam da exigência da vacinação, aumentamos a busca de pessoas que não tinham se vacinado", disse secretário

Rio: o número de internados na cidade caiu cerca de 10% em uma semana, e a fila de leitos zerou (Tomaz Silva/Divulgação)

Rio: o número de internados na cidade caiu cerca de 10% em uma semana, e a fila de leitos zerou (Tomaz Silva/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 3 de setembro de 2021 às 11h45.

Depois dos decretos da Prefeitura do Rio que estabelecem o chamado "passaporte da vacina", publicados na última sexta-feira, o número de pessoas atrasadas para tomar a segunda dose da vacina contra a covid-19 caiu 40% em uma semana. O dado da Secretaria municipal de Saúde (SMS) consta no 35° boletim epidemiológico da cidade, divulgado nesta sexta-feira.

Na última terça-feira, o GLOBO mostrou que as novas determinações do município conseguiram reduzir em 20% o número de não vacinados (pessoas que sequer tomaram a primeira dose) em cinco dias. Àquela altura, os decretos que dispõem sobre a exigência de comprovação vacinal para a entrada em locais de uso coletivo, como academias e cinemas, ainda não tinham surtido efeito sobre o número de pessoas atrasadas para a segunda dose. Segundo a SMS, isso já começou a mudar.

— Desde a publicação dos decretos que falam da exigência da vacinação, aumentamos a busca de pessoas que não tinham se vacinado. Essas pessoas passaram a procurar os postos para se vacinar. Tivemos uma redução de 40% das pessoas com a segunda dose em atraso — disse o secretário Daniel Soranz em entrevista coletiva nesta sexta-feira, sem divulgar números absolutos. — Foi uma procura impressionante.

Ainda segundo Soranz, o número de internados na cidade caiu cerca de 10% em uma semana, e a fila de leitos zerou.

O aumento de procura decorrente do anúncio do passaporte da vacina é apontado pela SMS como um dos fatores do esgotamento de Coronavac no município. Ao longo do último mês, a Prefeitura do Rio redirecionou para a aplicação de primeira dose cerca de 191 mil doses da Coronavac originalmente reservadas para a segunda, de acordo com a Secretaria municipal de Saúde (SMS). A pasta reconhece que essas doses estavam previstas para serem distribuídas, a título de injeção de reforço, nas próximas quatro semanas. A distribuição da segunda dose da CoronaVac na cidade, interrompida nesta quinta-feira, segue suspensa pelo segundo dia seguido.

Em nota, a SMS diz que “a cidade do Rio de Janeiro organiza seu calendário para aplicar as doses de vacina no menor tempo possível” e “conforme os contratos do Ministério da Saúde, não reservando vacinas para a segunda dose por mais de uma semana”. Com isso, a pasta afirma conseguir “manter o maior número de pessoas imunizadas no menor tempo possível”.

Alguns postos da cidade ministraram a injeção de reforço da vacina do Instituto Butantan normalmente nesta quinta-feira, como a unidade do Museu da República, na Zona Sul, conforme o GLOBO registrou. Em grupos nas redes sociais, cariocas relataram terem conseguido tomar a segunda dose da CoronaVac também na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca; no Imperator, no Méier; e na Policlínica Hélio Pellegrino, na Praça da Bandeira. À reportagem, SMS disse que as doses de CoronaVac aplicadas nesta quinta-feira foram ministradas para “oportunizar” a imunização, ou seja, para não desperdiçar a ocasião do comparecimento daqueles que desejavam tomar a D2.

Na noite desta quinta-feira, a SMS informou ter recebido uma previsão de entrega de cerca de 390 mil doses da CoronaVac do Ministério da Saúde, e a aplicação da segunda dose da vacina na cidade deve ser retomada até o sábado de manhã. No entanto, a vacinação de adolescentes com a D1 da Pfizer, que também está suspensa, ainda não tem previsão de retomada, já que, segundo a secretaria, as doses disponibilizadas até agora são suficientes apenas para a aplicação da injeção de reforço na semana que vem.

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