Rui Costa: o que não pode acontecer é pessoas de dentro do governo divergirem (José Cruz/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 21 de março de 2023 às 17h49.
Mesmo que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, tenha, por estratégia, diminuído suas críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a atuação do economista à frente da instituição continua a ser alvo de seus aliados.
Nesta terça, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, questionou a independência de Campos Neto, lembrando de sua aliança com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Não é só ir votar com a camisa amarela vinculada a campanha de Bolsonaro", pontuou Costa, em entrevista à GloboNews. "Ele participava, já como presidente do Banco Central, de grupos de WhatsApp da campanha de Bolsonaro, isso é absolutamente inadequado para a função que ele ocupa", disse.
"Isso faz muitos questionarem qual o grau de independência que ele está tendo na tomada de decisão, de manter, por exemplo, o maior juro do mundo", criticou Costa, voltando a criticar o nível da taxa Selic, hoje em 13,75% ao ano.
Minimizando as divergência entre a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e a equipe econômica, no que diz respeito ao novo arcabouço fiscal, o ministro da Casa Civil disse ainda que é "legítimo" que a deputada emita sua opinião. Segundo afirmou à GloboNews, o que não pode acontecer é pessoas de dentro do governo divergirem.
"O que eu não acho legítimo é pessoas do governo, que estão dentro do governo, emitirem opiniões divergentes. As pessoas que são assessoras, como eu sou, elas têm que convergir, e suas opiniões são dadas em reuniões", disse Costa. "Mas quem não está compondo estritamente o governo, é presidente de partido, é deputado, e senador, tem pleno direito de emitir suas opiniões", completou.