10 curiosidades do parque Ibirapuera, que completa 60 anos
O Ibirapuera foi o local no Brasil que mais recebeu "check-ins" de usuários do Facebook, tanto em 2013 quanto em 2012
Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2014 às 16h06.
Última atualização em 22 de fevereiro de 2018 às 15h24.
São Paulo - O parque mais famoso e querido de São Paulo completa 60 anos nesta quinta-feira, 21. Para comemorar a data, separamos dez curiosidades sobre o Ibirapuera .
1. Sessentão, mas não sai de moda.
No ano passado, o parque foi eleito o melhor da América do Sul entre os mais de 260 milhões de usuários do site de viagens TripAdvisor. E o Ibirapuera foi o local no Brasil que mais recebeu "check-ins" de usuários do Facebook, tanto em 2013 quanto em 2012.
2. Sete meses depois.
Maior legado dos festejos em comemoração aos 400 anos da fundação de São Paulo, o parque só foi entregue em 21 de agosto de 1954, sete meses depois de a cidade completar os quatro séculos de existência. Sua construção foi comandada pela Comissão do IV Centenário, presidida pelo industrial Ciccillo Matarazzo. Há quem defenda o "atraso" dizendo que as comemorações duraram o ano todo.
3. Não é o maior parque de São Paulo - mas é o mais frequentado.
O 1,5 milhão de metros quadrados do nosso principal parque são superados em 50 vezes pelos 79 milhões de metros quadrados do Parque Estadual da Cantareira. Entre os municipais, o Anhanguera é o maior, com 9 milhões de metros quadrados. Apesar de perder em tamanho, o Ibirapuera é o campeão de visitação: chega a receber 150 mil pessoas por fim de semana.
4. Poderia ser bem maior.
Isso porque as terras devolutas - cedidas pela União à Prefeitura em 1890 -, que dariam origem à área verde, tinham originalmente 43,5 milhões de metros quadrados. Essas terras foram ocupadas por bairros como Vila Nova Conceição e Indianápolis. Em 1926, quando o prefeito Pires do Rio propôs oficialmente a criação de um parque ali, os contornos já estavam próximos dos atuais.
5. Por pouco, o local não virou um aeroporto.
Em 1935, a Viação Aérea São Paulo (Vasp, fundada dois anos antes) lançou a ideia de aproveitar o terreno vazio para a construção de um aeroporto. De acordo com atas da Sociedade Amigos da Cidade, as vantagens apresentadas pela companhia seriam de que aquela área constituiria "um campo seguro, próximo e livre de neblina". O projeto não foi adiante. No ano seguinte, a cidade ganharia o Aeroporto de Congonhas.
6. Para a construção do parque, uma favela foi removida.
Havia 186 barracos e 204 famílias instalados na região do Ibirapuera em 1952. Seis dos barracos foram transferidos para a Favela do Canindé. As outras famílias foram alocadas em terrenos próprios, cedidos pela Prefeitura.
7. Segunda opção.
O arquiteto Oscar Niemeyer só foi escolhido para fazer o projeto do parque porque houve um desentendimento entre a primeira equipe, formada por sete arquitetos, entre eles Rino Levi e Oswaldo Bratke. Em 1951, eles chegaram a fazer estudos e a apresentar um anteprojeto. Mas não houve acordo quanto ao pagamento dos honorários. Foi quando Ciccillo Matarazzo convidou Niemeyer, que acabou montando uma nova equipe - com os arquitetos Zenon Lotufo, Hélio Cavalcanti, Gauss Estelita, Eduardo Kneese de Mello e Carlos Lemos.
8. Burle Marx foi vetado.
Ao mesmo tempo, Ciccillo Matarazzo solicitou projetos paisagísticos para o parque a dois profissionais: ao funcionário público Otávio de Teixeira Mendes, chefe da Seção de Parques, Jardins e Arborização da Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, e ao arquiteto e paisagista Roberto Burle Marx. A Comissão do IV Centenário acabou preferindo o plano de Teixeira Mendes. "Na verdade, houve uma desavença entre o Oscar (Niemeyer) e o Burle Marx", entrega Carlos Lemos.
9. Ouro no subsolo.
Em 1988, operários cavavam o que se tornaria o Complexo Viário Ayrton Senna. Sob o Ibirapuera, a 23 metros de profundidade, retiraram 4 quilos de cascalho roxo. No meio desse material, foram encontrados 4 décimos de grama de ouro. "Ficamos surpresos. A descoberta foi comunicada à Prefeitura, que a tornou pública, na ocasião", recorda-se o engenheiro civil Sidney dos Passos Ramos - que, na época, tinha 36 anos e era um dos que atuavam na obra.
10. Na lona.
Era uma manifestação contra o desemprego. Entre 5 de setembro e 15 de novembro de 1983, militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) e representantes de movimentos operários de São Paulo ficaram acampados no Ibirapuera. "Pegamos uma lona de circo que estava na sede do Sindicato dos Bancários e montamos ali", recorda-se o médico Eduardo Jorge, um dos participantes do acampamento. Na época, ele era deputado estadual pelo PT - hoje, é candidato do Partido Verde (PV) à Presidência da República.