Brasil

Parlamentares pró-impeachment fazem ato em salão da Câmara

O líder do PSDB na Câmara disse que vai iniciar um "amplo convencimento" dos parlamentares para conseguir o maior apoio possível para o impeachment


	Dilma Rousseff: no encerramento do ato, os parlamentares cantaram o Hino Nacional e gritaram "Brasil, Brasil" e "Fora Dilma". Eles ainda assinaram uma bandeira do Brasil
 (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

Dilma Rousseff: no encerramento do ato, os parlamentares cantaram o Hino Nacional e gritaram "Brasil, Brasil" e "Fora Dilma". Eles ainda assinaram uma bandeira do Brasil (Marcelo Camargo/ Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2015 às 14h56.

Brasília - Um grupo de parlamentares que defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff oficializou, no salão verde da Câmara dos Deputados, o lançamento de um site com uma petição pública para recolher assinaturas e incentivar a abertura de um processo de impeachment no Congresso.

Com miniaturas de pixulecos, o boneco inflável do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de presidiário, e balões pretos também com a imagem do boneco, os parlamentares discursaram e disseram que o ato desta quinta-feira, 10, quer "resgatar a esperança" e "demonstrar a indignação" com o que chamaram de "desgoverno" do PT.

O líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP), disse que vai iniciar um "amplo convencimento" dos parlamentares para conseguir o maior apoio possível para o impeachment.

"Hoje nasce o movimento suprapartidário pró-impeachment na Câmara Federal", disse. "Nós não somos os protagonistas desse movimento, os verdadeiros protagonistas são os movimentos de rua, a sociedade civil organizada que numa demonstração de indignação com esse governo corrupto e mentiroso deixou claro para nós deputados que não suportam mais três anos e meio de governo do PT e da presidente Dilma", afirmou.

O deputado peemedebista Jarbas Vasconcelos (PE) disse que é importante que seu partido, hoje fundamental para a base de apoio do governo, tome consciência de que é preciso dar exemplo para outras bancadas. "Ou ela sai, renuncia, ou ela cai", disse.

O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), lembrou o impeachment do ex-presidente Fernando Collor e disse que assim como na ocasião, quando o PT apoiava a medida, o movimento de hoje é "uma ação democrática".

O líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), afirmou que há argumentos para pedir o afastamento de Dilma. Para ele, o momento é "histórico" e a eleição presidencial foi caracterizada pela "fraude e mentira". "A campanha de Dilma foi financiada com recursos do petrolão", em referência ao escândalo que apura suspeitas de corrupção na Petrobras.

O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), também participou do evento e disse que a população não quer mais "pagar as contas do governo".

"Essa Casa hoje passa a ter uma sintonia fina e direta com a população e o Senado vai receber a abertura e autorização do processo de impeachment", afirmou. Caiado disse ainda "ter certeza" de que ao tirar a presidente Dilma e o PT do governo, o Brasil vai se recuperar rapidamente da crise econômica. "Em um curto espaço de tempo, em um ano, podem ter certeza", disse.

O líder da minoria, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), também reforçou o discurso de que o movimento está criando um dia histórico e disse "que começou hoje o processo de afastamento de Dilma".

A presidente do PTB, Cristiane Brasil (RJ), filha do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), disse que está na hora de "virar a página".

"Estamos aqui para responder o anseio da sociedade. Não queremos a troca de poder, queremos é devolver a esperança de um futuro melhor para os brasileiros", disse.

A deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) também discursou e fez um apelo à presidente Dilma Rousseff: "Se a senhora, presidente Dilma, tem amor pela pátria, deixe esse governo. Opte pelo povo brasileiro e deixe de optar pelo PT", disse.

No encerramento do ato, os parlamentares cantaram o Hino Nacional e gritaram "Brasil, Brasil" e "Fora Dilma". Eles ainda assinaram uma bandeira do Brasil.

O site

O site http://www.proimpeachment.com.br abre com a seguinte mensagem: "Assine o abaixo assinado pelo impeachment de Dilma".

A página virtual traz a íntegra do pedido de impeachment apresentado pelo jurista Hélio Bicudo, fundador do PT. Na peça apresentada, Bicudo cita as "pedaladas fiscais", a Operação Lava Jato e a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras para afirmar que Dilma cometeu crime de responsabilidade.

O jurista também lembra que o vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, solicitou à Procuradoria-Geral da República apuração sobre eventuais crimes eleitorais.

O site estimula que internautas compartilhem fotos em que apareçam pedindo a saída de Dilma Rousseff da Presidência. E traz uma sessão chamada "compartilhe os fatos na rede", com três imagens.

Na primeira, uma frase de Hélio Bicudo: "Golpe será permitir que o estado de coisas vigente se perpetue".

Na outra, há uma foto da presidente e a frase "Mentiu na campanha. Estourou as contas públicas para ganhar eleição. Se beneficiou de esquema corrupto. Merece continuar? Não".

No terceiro, a frase é a seguinte: "Se até um fundador do PT pede impeachment de Dilma, é porque o governo não tem nenhuma condição moral de continuar".

O movimento, que reúne deputados de PSDB, PPS, DEM, SD, PSC, PTB e até partidos da base, como PMDB e PSD, tem também perfil no Twitter e página no Facebook.

Acompanhe tudo sobre:Democratas (DEM)Dilma RousseffImpeachmentOposição políticaPartidos políticosPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral