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Parentes e amigos dos dois desaparecidos na Amazônia pedem resposta no Rio

Uma semana após seu desaparecimento em uma área remota da Amazônia, com forte presença de narcotraficantes e madeireiros ilegais e pescadores, poucos mantinham a esperança de encontrá-los vivos

Phillips e Bruno: Desapareceram no domingo passado quando seguiam de barco para a cidade de Atalaia do Norte (AFP/AFP)
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AFP

Publicado em 12 de junho de 2022 às 15h58.

"Vinha com ele caminhar na praia", recorda Mateus Duarte, sobrinho de Dom Phillips, durante uma passeata no Rio de Janeiro, neste domingo, 12, em apoio ao jornalista britânico que desapareceu há uma semana na Amazônia junto com indigenista Bruno Pereira.

Dezenas de pessoas, principalmente parentes e amigos, se reuniram na praia de Copacabana, onde o repórter praticava stand-up paddle todas as manhãs antes de se mudar para Salvador no ano passado com sua esposa, a brasileira Alessandra.

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Uma semana após seu desaparecimento em uma área remota da Amazônia, com forte presença de narcotraficantes e madeireiros ilegais e pescadores, poucos mantinham a esperança de encontrá-los vivos.

"No início nós tínhamos uma esperança louca. Pensei que tivessem percebido alguma coisa e de alguma forma ficaram na floresta. Agora já não", disse Maria Lucia Farias, de 78 anos, sogra do colaborador do jornal britânico The Guardian.

Phillips, de 57 anos, autor de dezenas de reportagens sobre a Amazônia, estava viajando pelo Vale do Javari para preparar um livro sobre proteção ambiental e Pereira, de 41 anos e ativista dos direitos indígenas, o acompanhava como guia.

Desapareceram no domingo passado quando seguiam de barco para a cidade de Atalaia do Norte. Até agora, sua busca resultou em apenas um detento, sem que tenha sido determinado até o momento seu envolvimento no caso. "Temos que saber o que aconteceu. Tem que ser encontrados. Queremos uma resposta para a sociedade, para a família", disse Fabiana Castilho, amiga de Dom, que vestia uma camiseta com a foto dos dois.

Outros pediram que seu desaparecimento não fosse em vão. "Que seja uma alerta" sobre a destruição ambiental da Amazônia, disse Zeca Azevedo, cunhado de Phillips. "Temos que honrar o trabalho" de Dom e Bruno, acrescentou o pai de Mateus.

Junto com seu irmão, esse menino de 13 anos, no entanto, agarrou-se à ideia de voltar a passear com o tio por Copacabana: “Tenho esperança”.

Helenice Bueno não conhecia nenhum dos dois. Mas participou do ato "para salvar a pátria, o meu país. Estão acabando com a Amazônia e nosso presidente só sabe andar de moto e jet ski".
"Vão fazer muita falta para nós", disse essa mulher de 79 anos, com lágrimas nos olhos.

Em outras cidades brasileiras como a capital, Brasília, e Belém também foram organizadas manifestações neste domingo.

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