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Para "sobreviver", PTC desiste da candidatura de Collor

Senador só teve destaque no noticiário eleitoral quando pesquisa do instituto Datafolha apontou seu nome como o mais rejeitado pelos eleitores

Senador e ex-presidente Fernando Collor (PTC-AL) não será mais candidato à Presidência (José Cruz/Agência Senado)

Senador e ex-presidente Fernando Collor (PTC-AL) não será mais candidato à Presidência (José Cruz/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de junho de 2018 às 09h12.

Última atualização em 27 de junho de 2018 às 09h14.

São Paulo - O senador e ex-presidente Fernando Collor (PTC-AL) não será mais candidato à Presidência - embora para muitos a surpresa tenha sido descobrir, agora, que ele estava disposto a disputar novamente o cargo mais alto da República.

Um dos indícios de que a pré-candidatura de Collor estava passando despercebida é que o comunicado oficial do partido, dizendo que a legenda não teria candidatura própria à Presidência, está no site do PTC desde o dia 20, mas só chamou atenção nesta terça-feira, 26, cinco dias depois, quando o site Poder 360 publicou nota sobre o assunto.

O comunicado, assinado pelo presidente da legenda, Daniel Tourinho, diz que "sobrevivência" do partido foi um dos motivos para a desistência da candidatura própria. Segundo Tourinho, "a principal luta da instituição" será atingir ao menos 1,5% dos votos válidos para a Câmara (em nove Estados ou eleger pelo menos nove deputados em nove Estados). Com isso, a sigla ultrapassaria a chamada cláusula de barreira, aprovada na reforma eleitoral no ano passado e que restringe o acesso dos partidos ao Fundo Partidário.

O nome de Collor não é citado na nota do partido. O ex-presidente não comentou a decisão nem fez qualquer menção ao fato em suas redes sociais. Até onde se sabe, ele também pouco fez pela própria pré-campanha. No período em que os interessados na disputa estavam se desdobrando em ações públicas e de marketing, Collor preferiu viajar em missão oficial à Coreia do Norte - com o objetivo de reorganizar a embaixada brasileira em Pyongyang.

Rejeição

Collor só teve destaque no noticiário eleitoral quando pesquisa do instituto Datafolha apontou seu nome como o mais rejeitado pelos eleitores. O ex-presidente, que parecia fadado a ocupar o mesmo espaço de nomes como Levy Fidelix e José Maria Eymael na disputa de outubro, já obteve 35 milhões de votos - sendo eleito o primeiro presidente pós-redemocratização em 1989.

Na ocasião, o então "caçador de marajás" venceu o petista Luiz Inácio Lula da Silva - atualmente condenado e preso na Lava Jato - no segundo turno. Ele comandou o País entre 1990 e 1992, quando renunciou à Presidência em 29 de dezembro, antes que o processo de impeachment fosse aprovado.

Este ano, a pré-candidatura do senador não entusiasmou. Assim como em 1989, ele se declarou pré-candidato em Arapiraca, no agreste alagoano. Especulou-se até que, desta vez, o comitê central de sua campanha seria na cidade com pouco mais de 230 mil habitantes. A escolha também pode ter sido um tanto supersticiosa - já que há 29 anos corria a informação de que era em Arapiraca que viveria uma suposta vidente de Collor.

Ele confirmou sua pré-candidatura em fevereiro, quando na tribuna do Senado até citou filósofo alemão. "Como disse Schopenhauer, o destino baralha as cartas, e nós jogamos", afirmou.

Aparentemente sem o ímpeto de outrora (quando já declarou ter "aquilo roxo"), Collor não deve contestar a decisão do partido e permanecer onde está: senador por mais quatro anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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