Para Sarney, Lula perdeu aura da invencibilidade
O senador disse que o Brasil passa por um "tsunami político" que ameaça as chances do PT de continuar no poder
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2014 às 11h16.
São Paulo - Em artigo publicado no jornal espanhol El País, o senador José Sarney disse que o Brasil passa por um "tsunami político" que ameaça as chances do PT de continuar no poder, enfraquecendo inclusive o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva . Segundo Sarney, Lula parece ter perdido "a aura da invencibilidade".
"Para fugir da ameaça de derrota, pensaram alguns líderes do PT até mesmo em fazer Lula candidato. Mas o ex-presidente parece também ter sido atingido pelo maremoto e ter perdido a aura da invencibilidade, embora mantenha seu carisma e ainda seja a maior liderança política do País", afirma o senador no texto publicado no sábado passado e divulgado em seu blog pessoal.
Sarney indica ainda que o ex-presidente, diante do cenário difícil para o PT, estaria se afastando da disputa. "O Brasil perdeu o otimismo, há um alto aquecimento do censo crítico, desapareceu a sacralidade das políticas sociais. O presidente Lula dá sinais de não desejar engajar-se num pacto de morte e se afasta de um duelo fatal", diz o texto.
Sarney relembra os episódios do suicídio de Getúlio Vargas e da morte de Tancredo Neves para discutir o que para ele seria um momento de grandes mudanças com a possibilidade da vitória da ex-ministra Marina Silva (PSB) na eleição presidencial.
Ele cita o pessimismo com o cenário econômico do País e um descontentamento dos partidos da base aliada que, segundo o senador, vivem a sensação de que os petistas "fizeram de tudo para massacrá-los nos Estados criando confrontações e arestas".
Segundo ele, seu partido, o PMDB, maior sigla da base aliada de Dilma, estaria dividido e só fechou com a presidente devido à presença do vice-presidente Michel Temer na chapa.
Sarney tampouco poupa críticas a Marina Silva, que para ele é uma incógnita, "fundamentalista, de capacidade limitada", que "deixou uma marca de radicalismo" como senadora e ministra do Meio Ambiente na primeira gestão de Lula. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.