Para Renan, Lira foi precipitado ao se lançar para CCJ
Líder do PMDB no Senado atribui ao próprio senador paraibano as derrotas que teve pela liderança do partido e pelo comando da CCJ na Casa
Marcelo Ribeiro
Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 14h10.
Brasília - As reclamações do senador Raimundo Lira (PMDB-PB) de que houve ingerência externa na escolha do indicado do PMDB para o comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado não têm fundamento, de acordo com o líder do partido na Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ontem, o senador Edison Lobão (PMDB-MA) foi escolhido para presidir o colegiado.
Lobão e Lira disputaram o comando da comissão até o último momento. Aos 48 minutos do segundo tempo, o parlamentar paraibano desistiu de integrar o colegiado, o que garantiu a presidência da CCJ ao aliado de Renan e do ex-senador José Sarney (PMDB-MA).
A EXAME.com, Renan disse que Lira cometeu uma série de equívocos e que não pode atribuir a derrota na CCJ a nenhum correligionário.
“Lira se precipitou ao se apresentar como provável líder do PMDB no Senado no final do ano passado. O cargo acabou vindo para mim”, afirmou o ex-presidente do Senado.
Aliados do senador paraibano dizem que, em dezembro, Renan teria sinalizado que gostaria de ficar com o comando da CCJ no Senado. A alternativa de Lira foi marcar posição para ser nomeado líder do PMDB na Casa. Às vésperas da eleição para a presidência do Senado, o parlamentar alagoano teria mudado de ideia e optou por assumir a liderança da sigla na Casa.
“A estratégia de Renan foi enfraquecer Lira nas duas disputas. Ao dizer que queria comandar a CCJ, o Lira buscou apoio para ser líder. Quando Renan mudou de ideia, já não tinha mais tempo hábil para conseguir apoio para ser presidente da CCJ. Foi uma articulação para fortalecer a candidatura de Lobão”, disse uma fonte próxima a Lira.
De acordo com Renan, outra falha de Lira foi se colocar como candidato ao comando da CCJ sem ter consultado a bancada peemedebista do Senado. “Ele se precipitou ao se apresentar como candidato ao comando da CCJ sem o consentimento da bancada”, reforçou Renan.