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Para ministro, discussão sobre espionagem não acabou

Luiz Alberto Figueiredo disse que reunião que teve em Washington não encerra o processo de discussão entre os dois países


	Chanceler brasileiro Luiz Alberto Figueiredo: ministro se reuniu com a chefe do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Susan Rice
 (Evaristo Sa/AFP)

Chanceler brasileiro Luiz Alberto Figueiredo: ministro se reuniu com a chefe do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Susan Rice (Evaristo Sa/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2014 às 17h17.

Washington - O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo, disse nesta quinta-feira, 30, em Washington que a reunião que teve com a chefe do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Susan Rice, não encerra o processo de discussão entre os dois países em torno da atuação dos serviços de espionagem americanos. "As explicações serão analisadas pelo governo brasileiro e a presidente Dilma (Rousseff) vai analisar os próximos passos", afirmou o ministro durante entrevista em Washington.

"Saio igual", afirmou o ministro em resposta a uma pergunta sobre se deixava o encontro mais otimista com o relacionamento bilateral. "Não é uma conversa no meu nível e no nível dela que levará a uma melhoria das relações." Figueiredo disse que a reunião não esgotou os esclarecimentos que haviam sido pedidos pelo Brasil, mas se recusou a revelar o que foi discutido - isso será relatado nesta sexta-feira, 31, à presidente brasileira.

Rice e Figueiredo se encontraram durante 43 minutos nesta manhã. O convite para o ministro ir a Washington foi feito no dia 16, véspera do anúncio do presidente Barack Obama da revisão da atuação da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês). Dilma cancelou visita de Estado que faria em outubro em reação às revelações de que a NSA monitorou suas comunicações e espionou dirigentes da Petrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na época, o governo disse que uma nova data para a viagem só seria discutida depois do processo de revisão da atuação dos serviços de espionagem, caso as mudanças fossem consideradas satisfatórias pelo Brasil.

No discurso que fez na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em setembro, Dilma disse que esperava "desculpas" e "esclarecimentos" dos americanos em relação à ação da NSA. Figueiredo se recusou a dizer se a reivindicação de pedidos de desculpas foi reiterada. "O governo americano tem plena consciência do que para nós é fundamental."

No dia anterior, o vice-conselheiro de Segurança Nacional, Ben Rhodes, havia declarado em entrevista coletiva que Rice apresentaria a Figueiredo as mudanças anunciadas por Obama há dez dias. Entre elas, destacou a determinação de que a NSA não monitore comunicações de líderes de países aliados, a menos em casos de perigo à segurança nacional, e extensão a cidadãos estrangeiros de algumas das garantias de privacidade aplicadas aos americanos.

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