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Para Lula, reconciliação com FHC é possível

"Sou um homem que não leva para casa as divergências", disse o presidente Lula

Fernando Henrique Cardoso e Lula: amizade continua a mesma (Ricardo Stuckert/PR/Divulgação)

Fernando Henrique Cardoso e Lula: amizade continua a mesma (Ricardo Stuckert/PR/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2012 às 18h08.

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje, com ressalvas, que é possível a reconciliação com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Questionado, durante café da manhã com a imprensa no Palácio do Planalto, sobre se ele iria se reconciliar com o tucano, Lula respondeu que é preciso analisar os números entre os dois governos.

"Acho que é possível (a reconciliação). Sou um homem que não leva para casa as divergências. A relação de amizade continua a mesma. Mas é preciso entender que os tucanos são os principais adversários do governo e é normal que haja acirramento na relação". "E sempre tem a chatice dos números. Cada um que analise do jeito que quiser", disse, de forma irônica.

Ele lembrou que, nas eleições de 1978, apoiou a candidatura de Fernando Henrique para o Senado por São Paulo. "Eu que o procurei para ser candidato ao Senado", disse. Lula ressaltou que é possível eles voltarem ser amigos. "Espero que a recíproca seja verdadeira", completou.

Lula avaliou que o momento em que ocorreu o acidente com o avião da TAM em Congonhas, em 2007, foi mais difícil de ser superado do que a crise do mensalão em 2005. Lula não se referia ao drama das famílias, mas às críticas recebidas pelo governo. Ele reclamou que o governo foi condenado à forca e à prisão perpétua e até hoje não recebeu desculpas de jornais e opositores. "Foi o momento mais difícil de peso nas costas. Mas na vida da gente não acontecem só coisas boas. Se tivesse de não lembrar de algo, foi esse dia", disse.

"Do ponto de vista pessoal, (o acidente da TAM) foi maior. O outro (mensalão) estava no âmbito da política. Eu não esqueço nunca do editorial jogando cadáveres nas costas do governo. Se alguém daqui a cem anos escrever um livro sobre acidente de avião, vão achar que foi culpa do governo Lula", disse. O presidente também não comentou sobre a dimensão da pista do aeroporto de Congonhas que, segundo analistas, caso fosse maior, poderia ter evitado a tragédia.

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