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Para Lula, condenação do mensalão no STF é ‘hipocrisia’

A estratégia do ex-presidente para dar o troco nos adversários consiste, agora, na cobrança diária do julgamento do "mensalão tucano"

Lula, sobre o julgamento do mensalão: "foi uma hipocrisia" (Edgard Garrido/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2012 às 11h35.

São Paulo - "Foi uma hipocrisia". Assim o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu nesta terça-feira (9), em conversas reservadas, a condenação dos réus petistas do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal. Com o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu nas cordas, a estratégia de Lula para dar o troco nos adversários consiste, agora, na cobrança diária do julgamento do "mensalão tucano" e na divulgação de malfeitos que teriam sido cometidos por integrantes do PSDB.

Lula orientou o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, a bater nessa tecla no segundo turno da campanha. A ofensiva, porém, não está circunscrita ao território paulistano. Sempre que a disputa municipal for contra o PSDB, candidatos petistas têm ordem para desconstruir os tucanos no campo da ética.

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"Se querem fazer o debate da ética, vamos fazer", disse Lula a candidatos do PT e a prefeitos eleitos do partido, com quem se reuniu ontem. Depois, pediu aos petistas que não fiquem acuados. "Nós não precisamos ter medo desse confronto porque não abafamos investigações. Não vamos apanhar calados nem deixar nada sem resposta."

O ex-presidente telefonou nesta terça-feira (9) para Dirceu, para José Genoino, que comandou o PT de 2003 a 2005, e também para Delúbio Soares, ex-tesoureiro do partido. Foi um gesto de solidariedade para confortar o trio condenado pelo Supremo, que sempre lhe foi fiel.

Nos últimos dias, Lula conversou muito com o ex-chefe da Casa Civil. Em várias ocasiões, traçou estratégias com ele e o aconselhou a manter o silêncio até a eleição. Nos bastidores do PT, a relação entre os dois é definida assim: Lula fala, Dirceu obedece.

A ideia da nota de desagravo ao ex-presidente, assinada no mês passado por dirigentes de partidos aliados, é um exemplo dessa convivência. O manifesto que defendeu Lula das críticas da oposição, em meio ao julgamento do Supremo, foi produzido a seu pedido, mas passou pelo crivo de Dirceu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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