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Para infectologista, Saúde errou em conduta sobre zika

O fato dos primeiros casos não terem notificação obrigatória dificultou o controle da doença, disse chefe de centro da UFRJ

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	Mosquito Aedes aegypti: fato dos primeiros casos não terem notificação obrigatória dificultou o controle da doença, diz especialista
 (Thinkstock/AbelBrata)

Mosquito Aedes aegypti: fato dos primeiros casos não terem notificação obrigatória dificultou o controle da doença, diz especialista (Thinkstock/AbelBrata)

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Clarissa Thomé

Publicado em 7 de dezembro de 2015 às, 10h08.

São Paulo - O infectologista Alberto Chebabo, chefe do Serviço de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz que o Ministério da Saúde errou ao recomendar que os primeiros casos de zika não fossem notificados compulsoriamente.

O hospital trata um homem internado com Síndrome de Guillain-Barré, doença neurológica rara que pode causar a morte, no qual a suspeita é de que seja em decorrência de zika. "Se começamos a receber paciente é porque tem muita gente aí com a doença", afirma Chebabo.

Para o infectologista, o fato dos primeiros casos não terem notificação obrigatória dificultou o controle da doença. "Acho esse o grande problema no Brasil: uma vigilância muito falha, não só para zika. Teoricamente, qualquer médico pode fazer notificação compulsória, mas o que foi solicitado é que não fosse feita a notificação no primeiro momento. É um erro", diz.

"É uma doença nova, não se sabe o que pode acontecer, atrasa os estudos. Um médico viu dois casos de microcefalia, outro viu dois. Se você não se fala, parece que é uma coincidência. Em um sistema de notificação adequado, juntaria dez casos em um mês e já levantaria a suspeita. Foi preciso registrar 200 casos. Nossa vigilância é muito pouco sensível. A própria descoberta do vírus foi por acaso, porque um grupo resolveu estudar. Isso no momento em que vamos receber eventos de grande porte, com gente de toda parte do mundo" afirma.

Segundo Chebabo, o efeito desse atraso foi que "até os casos de microcefalia serem notados, até serem associados aos casos de zika, até isso chegar ao Ministério da Saúde, implementar medidas de vigilância, avaliar e depois fazer o diagnóstico adequado, "se perdeu muito tempo. Em dias, semanas, você tem um número muito maior de pessoas se infectando, e elas não foram tratadas adequadamente".

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Sobre o exame para detectar a doença, o infectologista recomenda que só deve fazer quem tem sintoma clínico, "principalmente a gestante". "Algumas respostas ainda não temos sobre o zika. O que sabemos é que 70% dos casos são assintomáticos. A pessoa não tem nenhum sintoma, apesar de infectada", avalia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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