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Para impedir "volta da esquerda", conservadores da América Latina se unem

A cúpula reuniu basicamente pessoas ligadas a movimentos de direita que se articulam há alguns anos e pessoas que decidiram participar por conta própria

Eduardo na Cúpula: evento reuniu expoentes do futuro governo Jair Bolsonaro, ideólogos conservadores e integrantes de movimentos de combate à corrupção (YouTube/Reprodução)

Eduardo na Cúpula: evento reuniu expoentes do futuro governo Jair Bolsonaro, ideólogos conservadores e integrantes de movimentos de combate à corrupção (YouTube/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de dezembro de 2018 às 15h45.

Última atualização em 8 de abril de 2019 às 12h11.

Impedir a volta da esquerda ao poder e organizar a direita no continente latino-americano. Esse foi o tom dos discursos e painéis realizados no domingo, dia 8, durante a 1ª Cúpula Conservadora das Américas.

Idealizada para ser uma reação ao Foro de São Paulo, organização que reúne entidades e partidos de esquerda desde os anos 1980, a cúpula reuniu expoentes do futuro governo Jair Bolsonaro, ideólogos conservadores e integrantes de movimentos de combate à corrupção.

Durante oito horas, convidados como o filósofo Olavo de Carvalho os irmãos Arthur e Abraham Weintraub, o príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança e o deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), entre outros, se revezaram nos discursos e explanações em que o mote era traçar estratégias de enfrentamento do discurso de esquerda.

O mais assediado durante o evento, Eduardo Bolsonaro mal conseguia se locomover de um lugar a outro com dezenas de pedidos de selfies, favores e apresentações.

Ao longo da tarde, no entanto, o assédio arrefeceu e o parlamentar conseguiu acompanhar os discursos e debates que ocorreram no auditório de um resort em Foz do Iguaçu (PR). Terminou a noite pedindo a noiva em casamento no fim do evento diante do público presente. 

Apesar da organização do evento ter divulgado previamente que mais de 2 mil pessoas haviam feito as inscrições para participar apenas cerca de 600 compareceram.

Para a imprensa, Eduardo minimizou o número e disse que a cidade do extremo oeste do Paraná é de difícil acesso para moradores de outras regiões do país. Mas explicou que o local foi escolhido pelo simbolismo. Está na tríplice fronteira do Brasil com a Argentina e o Paraguai. 

A cúpula reuniu basicamente pessoas ligadas a movimentos de direita que se articulam há alguns anos e pessoas que decidiram participar por conta própria.

É o caso do corretor de imóveis de Cascavel (PR) Márcio Teles e da empresária e suplente do deputado federal eleito Nelson Barbudo (PSL-MT), Gina Defanti, que decidiram arcar com os custos das viagens porque querem resgatar os valores conservadores. "Hoje vemos uma gama de pessoas perdidas, achando que ser conservador é ser errado", disse Teles.

Paula Milani, integrante do movimento Acampamento Lava Jato, de Curitiba, afirmou ver um levante da direita no Brasil e acredita que agora é hora de organizar esse movimento.

"A esquerda chegou muito bem organizada, muito bem estruturada e dominou realmente. Agora, a direita está se organizando, tanto que já elegemos um presidente", disse. Paula levou com ela mais seis pessoas, todos com a camiseta do movimento. 

A tônica do evento foi sintetizada por Jair Bolsonaro no domingo. Em sua conta no Twitter, o presidente eleito afirmou que "por muito tempo o pensamento conservador e os valores familiares que predominam em nossa sociedade foram marginalizados graças a um projeto de poder revolucionário tocado por lideranças de esquerda em todo o continente".

E agora de acordo com ele, é o momento de propor novos caminhos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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