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Para Fiesp, elevação do PIB deve ser vista com cautela

Paulo Skaf alertou para queda do PIB industrial no final do ano e reclamou da alta de juros

Para Skaf, a alta dos juros podem fazer o Brasil perder a chance de crescer (Germano Luders/EXAME)

Para Skaf, a alta dos juros podem fazer o Brasil perder a chance de crescer (Germano Luders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2011 às 18h22.

São Paulo – O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é uma boa notícia para o país e para a indústria. No entanto, ele disse que o crescimento de 7,5% anunciado hoje (3) deve ser visto com cautela.

“O PIB industrial fechou 2010 com alta de 10,4%, mas os resultados anualizados escondem a fraca performance do último trimestre do ano passado, que teve retração de 0,3%”, observou Skaf, em nota. Ele ressaltou ainda que a base de comparação é baixa. “O Brasil estava saindo da crise econômica mundial em 2009. Não podemos nos iludir.”

Skaf afirmou também que os resultados da atividade econômica já apontam um desempenho próximo a zero nos primeiros dois meses de 2010. “Isso é consequência das medidas de contenção de crédito tomadas pelo governo em dezembro do ano passado e janeiro deste ano.”

Ele ressaltou ainda que situação poderá ser agravada pela alta dos juros, que contabiliza 1 ponto percentual desde o começo de 2011, saindo de 10,75% em dezembro para os 11,75% anunciados ontem (2) pelo Banco Central.

Com isso, segundo Skaf, o Brasil corre o risco de perder uma grande oportunidade de crescimento. “É provável que o PIB nacional em 2011 fique entre 3% e 4%. E o crescimento industrial pode estagnar entre 2 e 3%. Isso é lastimável.”

O PIB, que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, fechou 2010 com crescimento de 7,5 % em relação ao ano anterior. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou hoje os dados, esse é o maior resultado desde 1986, quando a economia também teve expansão de 7,5%.

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