Presidente eleito Jair Bolsonaro 13/11/2018 REUTERS/Adriano Machado (Adriano Machado/ Reuters/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2018 às 07h11.
Com a equipe ministerial praticamente decidida, o mês de dezembro deve ser marcado, na transição, pela costura do apoio no Congresso. Depois de acompanhar o título brasileiro de seu time, o Palmeiras, no domingo em São Paulo, o presidente eleito Jair Bolsonaro embarca na manhã desta terça-feira a Brasília para uma agenda com foco nos partidos.
Será a primeira vez que o futuro presidente se debruçará na atenção às legendas e não às bancadas, foco da formação de sua equipe de governo. Segundo afirmou reiteradas vezes, ele pretende reformar a estratégia de negociação com o Congresso pautando seu relacionamento em grupos de interesse como o de evangélicos, ruralistas e o da segurança.
Ainda assim, o presidente e a equipe de transição receberão, a partir de amanhã, líderes de partidos políticos para tratar da governabilidade. Na terça-feira, as conversas serão com PMDB e PRB; na quarta, com PR e PSDB. São partidos que podem ou não vir a fechar aliança formal ao futuro governo. Deputados do PSL, a legenda do presidente, também devem passar a receber maior atenção. Os partidos também podem ser ouvidos sobre nomes para o segundo escalão, segundo a Globonews.
As negociações com o Congresso deverão ficar a cargo do general Carlos Alberto dos Santos Cruz, futuro ministro da Secretaria de Governo. Com um militar, Bolsonaro espera conter o toma-lá-dá-cá que marcou as relações dos últimos governos com o Congresso. Mas, segundo disse a VEJA o cientista político Sérgio Praça, da FGV, arrisca enfrentar "uma bagunça" na articulação política.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, só três das 15 maiores legendas da Câmara devem integrar oficialmente a base do futuro governo, totalizando 91 deputados de um total de 513. Bolsonaro e sua equipe também devem ser decisivos nas negociações para a presidência das casas e para o controle das 25 comissões permanentes no Congresso. Segundo a mesma Folha, partidos do Centrão se organizam para isolar as duas maiores legendas, o PSL de Bolsonaro e o PT. Por tradição, eles seriam favoritos aos cargos mais relevantes. Mas se o jogo mudou, todos tentam fazer com que seja a seu favor.