Brasil

Para Amorim, política dos EUA distorce comércio

Para o chanceler Celso Amorim, as negociações multilaterais se tornam irrelevantes com o pacote bilionário do Fed

O chanceler Celso Amorim: "política externa do País se tornou desassombrada e solidária" (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

O chanceler Celso Amorim: "política externa do País se tornou desassombrada e solidária" (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2011 às 20h57.

São Paulo - O chanceler Celso Amorim atacou ontem a política monetária do governo de Barack Obama. Ele alertou que a injeção de US$ 600 bilhões pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) na economia ameaça criar “distorções ao comércio que tornam as negociações multilaterais irrelevantes”. Ele disse ainda que o maior superávit que os Estados Unidos tem hoje no mundo é exatamente com o Brasil.

As críticas de Amorim se somam às já feitas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, diante da decisão do Fed de colocar liquidez em sua economia para a salvar seus bancos e estimular os empréstimos. O problema é que esses recursos também têm sido canalizados para os mercados emergentes, em forma de capital especulativo.

O resultado da entrada de forte volume de capital na economia brasileira, por exemplo, é a valorização do real, que leva à perda de competitividade. 

“O mundo finalmente descobriu que as moedas importam para o comércio”, disse Amorim, em seminário em Genebra, ao lado do diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy.

A conta de Amorim é simples. Se por anos se negocia uma concessão de redução de uma barreira em 5%, em apenas alguns dias a valorização de uma moeda pode ser bem superior ao impacto do corte tarifário que se debatia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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