Para Alckmin, plano de rodízio da Sabesp é inadequado
No balanço parcial de julho divulgado pela Sabesp, 76% reduziram o consumo de água na Grande São Paulo
Da Redação
Publicado em 7 de agosto de 2014 às 15h37.
Última atualização em 11 de outubro de 2016 às 11h42.
São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quinta-feira, 7, que o rodízio de água elaborado em janeiro pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo ( Sabesp ) e entregue ao Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) para ser aplicado na região abastecida pelo Sistema Cantareira "é tecnicamente inadequado".
"É totalmente inadequado (o rodízio), eu diria. Se fizesse o racionamento hoje não teria um ganho a mais. O que nós fizemos já em termos de uso racional da água equivale a um racionamento de 36 horas com água e 72 horas sem água. Perderia o esforço de quase 90% da população evitando o desperdício", afirmou Alckmin.
No balanço parcial de julho divulgado pela Sabesp, 76% reduziram o consumo de água na Grande São Paulo.
O plano de rodízio no Cantareira foi revelado pelo Estado nesta quinta-feira.
No documento, a Sabesp afirma, em janeiro, que "o rodízio deve ser planejado em face da situação crítica de armazenamento dos mananciais".
À época, o Cantareira estava com cerca de 25% da capacidade. Nesta quinta, o índice é 14,4% incluindo uma cota de 182,5 bilhões de litros do "volume morto", reserva profunda das represas que nunca havia sido utilizada.
Alckmin voltou a repetir que o rodízio poderia danificar as tubulações da Sabesp, causando desperdício e contaminação da água.
"Estamos conseguindo superar essa seca duríssima sem levar a população a riscos e sofrimento", disse o governador, que comparou o clima dos últimos dias ao do deserto e pediu para a população se hidratar.
"As pessoas tem que tomar muita água hoje, fazer pouco exercício ao ar livre".
O rodízio de água na região abastecida pelo Cantareira foi recomendado no fim de julho pelo Ministério Público Federal (MPF) ao governo Alckmin.
Nessa quarta-feira, os promotores afirmaram que a justificativa apresentada pelo tucano para não adotar o racionamento era incompleta e insatisfatória e definiu prazo até 14 de agosto para que a Sabesp encaminhe os documentos necessários.
A companhia reiterou que a medida "penalizaria a população e poderia produzir efeitos inversos daqueles pretendidos pelos procuradores".
CPI
Alckmin disse ainda não estar preocupado com CPI da Sabesp instaurada nessa quarta-feira, 6, na Câmara Municipal de São Paulo.
A Comissão Parlamentar de Inquérito foi proposta pelo vereador Laércio Benko (PHS), adversário do tucano na disputa ao governo do Estado nas eleições de outubro, e teve apoio do PT, PMDB, PSD e PP, que também estão em coligações rivais.
O tucano disse esperar que a CPI "não seja por motivação eleitoreira" e que sua preocupação não é com a investigação da Câmara, e sim "com a população".