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Pantanal vive uma das maiores tragédias ambientais da sua história

Fogo já consumiu 1,2 milhão de hectares de vegetação nativa e a estiagem pode agravar ainda mais a situação

  (Chico Ribeiro/ANDA/Divulgação)

(Chico Ribeiro/ANDA/Divulgação)

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Clara Cerioni

Publicado em 8 de agosto de 2020 às 08h20.

As queimadas já devastaram mais de 1,2 milhão de hectares de vegetação nativa, nos dois últimos meses, no Pantanal, um dos principais ecossistemas brasileiros. De acordo com o Corpo de Bombeiros, foram queimados 815 mil hectares do bioma em Mato Grosso do Sul e 350 mil hectares no território que abrange o Mato Grosso.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o Pantanal teve 1.648 focos de incêndio em julho deste ano, o mais alto número desde 1998, quando a região passou a ser monitorada por satélite. O número é 3,4 vezes maior que em julho do ano passado, quando houve 494 queimadas.

Os incêndios florestais que atingem a região levaram a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, órgão do Ministério do Desenvolvimento Regional, a reconhecer, na quinta-feira, 6, situação de emergência nos municípios de Corumbá e Ladário, duas das cidades mais atingidas.

Mesmo com os esforços, os incêndios continuam piorando no região que é uma das maiores áreas úmidas do mundo, e fica adjacente ao sul da Amazônia. Desde o dia 15 de julho, o governo federal proibiu queimadas em todo o país por 120 dias. Mas a medida parece não ter surtido efeito.

Na última semana, cerca de 300 militares e civis, além de cinco aeronaves das Forças Armadas, estavam na linha de frente no combate às chamas na região de Corumbá, em Mato Grosso do Sul. 

Um avião cargueiro Hércules, com capacidade para 12 mil litros de água, apoia a ação das equipes em terra. No fim de semana passado, segundo relato dos moradores, uma chuva de fuligem cobriu a cidade.

Conforme o meteorologista Natálio Abrão, da Estação Climatológica de Campo Grande, capital do MS, a situação deve se agravar ante a previsão de mais 15 dias de seca. “A estiagem perdura há mais de 40 dias e o fogo atinge a raiz das plantas. Apaga por cima e depois reacende, pois o solo seco é arenoso e ácido”, disse.

(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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