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Pai de zagueiro morto critica Temer por "falta de respeito"

Pai do zagueiro Filipe Machado espera o corpo do filho e foi informado de que teria de recepcionar Michel Temer no aeroporto

Mortes: "acho isso uma falta de respeito com as famílias. Se ele quiser, que venha aqui", disse pai de zagueiro morto (Jaime Saldarriaga/Reuters)

Mortes: "acho isso uma falta de respeito com as famílias. Se ele quiser, que venha aqui", disse pai de zagueiro morto (Jaime Saldarriaga/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 13h38.

Última atualização em 2 de dezembro de 2016 às 18h09.

Chapecó - Osmar Machado, pai do zagueiro Filipe Machado, aguarda a chegada do corpo do filho, vítima de acidente aéreo na Colômbia, para velório coletivo na Arena Condá, em Chapecó.

Informado de que deveria ir ao aeroporto recepcionar o presidente Michel Temer, ele mostrou indignação.

"Falaram que eu vou ter que sair daqui e ir até o aeroporto dar um abraço no Temer. Acho isso uma falta de respeito com as famílias. Se ele quiser, que venha aqui. Isso é tão desrespeitoso que eu até acho que é mentira (a vinda do Temer)", criticou.

O pai também afirmou que, após a cerimônia em Santa Catarina, a família irá realizar outro velório na Arena do Grêmio, no Rio Grande do Sul.

Embora Machado tenha defendido a camisa do Internacional por 10 anos, foi o Grêmio quem ofereceu o espaço e entrou em contato com a família.

"Não quero reclamar. Ou julgar. O Filipe tinha muitos amigos nos dois clubes. Mas quem nos contatou foi o Grêmio. Talvez por que o Inter tenha outras preocupações agora", falou. Filipe Machado também teve uma breve experiência no Grêmio, dos 9 aos 11 anos.

Muito abalado, o pai de Machado contou que o filho estava vivendo um dos momentos mais felizes da sua vida. "Ele jogou em países de muito conflito, como o Irã, a Rússia e os Emirados Árabes... Mas foi aqui que o pior aconteceu", lamentou.

Em luto, Osmar também chamou o piloto da companhia aérea LaMia de "imbecil" e "ganancioso". "Pena que o piloto não está vivo pra ver tudo isso aqui, tudo o que ele fez com a gente", disparou.

Segundo as investigações preliminares das autoridades colombianas, a queda do avião, que deixou 71 mortos e seis feridos, deveu-se à falta de combustível.

Osmar revelou que fez o trajeto de sua cidade, Gravataí, para Chapecó de carro - e que muitas vezes pensou em "enfiar o carro embaixo de um caminhão". O pai do zagueiro morto no voo da LaMia disse que não fez uma bobagem porque precisa ser forte e ajudar a esposa e as filhas.

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