Brasil

Pacheco se encontra com Barroso nesta terça para discutir piso da enfermagem

Presidente do Senado conversará com Barroso sobre formas de garantir fonte de financiamento para bancar a medida

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (Waldemir Barreto/Agência Senado/Flickr)

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (Waldemir Barreto/Agência Senado/Flickr)

AA

Alessandra Azevedo

Publicado em 5 de setembro de 2022 às 18h42.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se encontra nesta terça-feira, 6, com o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), para discutir a suspensão do piso salarial dos enfermeiros. O encontro será às 15h, no STF, em Brasília, segundo apurou a EXAME.

Barroso suspendeu, no domingo, 4, os efeitos da lei que estabelece os valores mínimos que devem ser pagos a profissionais de enfermagem em todo o país, sancionada há um mês pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). A Corte deve avaliar nos próximos dias se os pisos previstos são viáveis e não prejudicam a prestação de serviços de saúde. 

No encontro, Pacheco deve conversar com Barroso sobre as medidas que podem ser tomadas para garantir que haverá fonte de financiamento para bancar o piso dos enfermeiros. O objetivo é reverter a decisão liminar do ministro.

Suspensão do piso

O ministro deu um prazo de 60 dias para que a União e outros entes deixem claro três principais pontos: qual é o impacto financeiro da lei para estados e municípios; se há riscos para a empregabilidade no setor, diante das “alegações plausíveis de demissões em massa”; e se a qualidade dos serviços pode ser afetada pelo “alegado risco de fechamento de leitos e de redução nos quadros de enfermeiros e técnicos”. 

Barroso concedeu a liminar em resposta a uma ação proposta pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde), que pediu a suspensão do piso salarial da categoria. A entidade argumenta que o resultado do aumento dos custos será demissão de enfermeiros e piora na prestação dos serviços de saúde

A lei determina que nenhum enfermeiro poderá receber menos do que R$ 4.750 por mês, seja celetista ou servidor público da União, de estados, do Distrito Federal ou de municípios. Para técnicos de enfermagem, o piso é de R$ 3.325 e, para auxiliares de enfermagem e parteiras, de R$ 2.375.

Barroso concedeu a liminar, no domingo, antes mesmo que a nova lei tivesse algum efeito prático, já que os primeiros pagamentos após a sanção seriam feitos nesta semana. O ministro decidiu que, até que as questões levantadas pelo setor sejam esclarecidas, o piso não deverá ser aplicado. 

A decisão, embora já esteja valendo, não é definitiva e ainda passará pela análise do plenário do STF. O presidente da Corte, ministro Luiz Fux, deve incluir o assunto na pauta para que todos os ministros avaliem a melhor solução jurídica para o impasse, o que deve acontecer em sessão virtual nos próximos dias.

Reação do Congresso

No Twitter, Pacheco prometeu “rápida solução” ao embate. “Em nome do Parlamento, tratarei imediatamente dos caminhos e das soluções para a efetivação do piso perante o STF”, disse, no domingo.

“Não tenho dúvidas de que o real desejo dos Três Poderes da República é fazer valer a lei federal e, ao mesmo tempo, preservar o equilíbrio financeiro do sistema de saúde e entes federados”, escreveu Pacheco.

Segundo o senador, o piso da enfermagem é uma medida “justa, destinada a um grupo de profissionais que se notabilizaram na pandemia e que têm suas remunerações absurdamente subestimadas no Brasil”.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também se manifestou no Twitter. “Respeito as decisões judiciais, mas não concordo com o mérito em relação ao piso salarial dos enfermeiros”, disse, no domingo.

“São profissionais que têm direito ao piso e podem contar comigo para continuarmos na luta pela manutenção do que foi decidido em plenário”, garantiu Lira.

Acompanhe tudo sobre:CongressoLuís Roberto BarrosoRodrigo PachecoSenadoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP