1. Entenda os critérios do estudo
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1/6 (Reprodução/Bradesco)
São Paulo - O cenário setorial elaborado pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco parte das seguintes premissas para 2011: ampliação dos investimentos, desaceleração moderada do crédito e da renda, taxa de câmbio valorizada no atual patamar e expansão moderada da demanda externa. O texto explica que o real valorizado tem impacto desigual sobre os setores. "Se por um lado a moeda barateia as matérias-primas importadas, reduzindo custos em setores com elevado coeficiente de importação, por outro reduz a rentabilidade de setores exportadores, nem sempre compensada pela elevação nos preços dos bens exportados. Outro efeito colateral do câmbio é o acirramento da concorrência interna com produtos importados, notadamente os chineses, e da externa, também com os chineses, nos nossos mercados de destino. Para os exportadores de commodities, entretanto, a perda de rentabilidade com o câmbio tem sido compensada pelo aumento recente no preço das exportações." A partir de critério qualitativos, o estudo deu notas positivas e negativas para nove variáveis macroeconômicas: câmbio, concorrência acirrada, pressão de custos/aperto de margens, demanda externa, investimentos, renda, programas de transferência de renda, crédito e juros e elevação de preços das commodities agrícolas. Feitos os cálculos, a nota máxima (scoring, na linguagem do banco) foi 8 e a mínima, -5. Com base nesse scoring, os setores foram divididos em quatro grupos (ver imagem ao lado): alta performance, média performance, média-baixa performance e baixa performance. Veja a seguir o relatório feito por Regina Helena Couto Silva, Priscila Pacheco Trigo e Rita de Cássia Milani, sob a direção do economista Octavio de Barros. Observação: O título desta matéria utilizava a expressão setores "micados". Foi modificado para refletir mais diretamente a terminologia usada pelo Bradesco
3. Comércio, Energia, Construção e Minério têm boas perspectivas
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3/6 (Cristiano Mariz/VOCÊ S/A)
São Paulo - Nesse grupo, classificado pelo Bradesco como Média Performance, estão os setores ligados à renda e ao crédito ou à demanda chinesa. "Celulose e minério de ferro claramente deverão ter demanda robusta advinda da China, mas o câmbio apreciado atuará negativamente nas margens das empresas", diz relatório do banco, que salienta que o agronegócio dependente de exportação terá sua rentabilidade afetada pelo câmbio, ainda que a demanda externa e os preços estejam em alta. Segue o texto: "Os demais setores, muito ligados à renda e ao crédito, ainda terão o benefício da demanda interna robusta no próximo ano, porém em desaceleração, dado o cenário de menor taxa de crescimento de variáveis como renda, emprego e crédito. Destacamos neste grupo de setores a construção imobiliária (
foto), que também deverá ter demanda aquecida, mas terá que administrar a elevação dos custos de materiais e de mão-de-obra, bastante escassa."
Fonte: Bradesco Setores / Média Performance | Nota |
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Informática | 6 |
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Transporte Aéreo | 6 |
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Construção - Imobiliária / Energia Elétrica | 6 |
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Bens de Capital | 6 |
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Agronegócio | 6 |
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Papel e Celulose / Minério de Ferro | 6 |
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Química / Farmacêutica | 6 |
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Comércio / Supermercados | 6 |
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Máquinas Agrícolas / Fertilizantes | 5 |
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Eletroeletrônicos / Telefonia | 5 |
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Embalagens | 5 |
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6. As perspectivas até 2015
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6/6 (Reprodução/Bradesco)
São Paulo - Conforme pode ser observado na imagem ao lado, as melhores oportunidades nos próximos anos estarão concentradas nos setores ligados a investimentos e os que dependem de renda e crédito. Diz o relatório do Bradesco: "Numa visão de mais longo prazo, podemos esperar que, apesar da enorme capacidade exportadora do Brasil, o motor do crescimento brasileiro siga sendo o mercado doméstico, alavancado pelo emprego, renda, crédito e investimentos. Nesse sentido, os setores ligados a investimentos deverão ter alta performance nos próximos cinco anos, enquanto que os setores ligados à renda deverão ter média/alta performance. Apenas para ressaltar, os segmentos ligados à renda encontrarão ainda demanda aquecida nos próximos anos, mas terão o desafio de lidar com um mercado doméstico altamente concorrencial." Para os exportadores, as noticias não são animadoras, pois a previsão é de um câmbio médio apreciado nos próximos cinco anos. Com isso, a performance setorial será de nível médio-baixo. "Os setores que já sofrem com a concorrência chinesa e o real valorizado continuarão com baixa performance. É fato que, no longo prazo, as empresas deverão manter seus programas de ganhos de produtividade organizando processos produtivos para se ajustarem a este cenário", concluiu o estudo.