Exame Logo

Os desafios da inclusão de deficientes intelectuais

Obrigatoriedade de cotas para deficientes em empresas esquenta o debate em torno da inclusão de pessoas com atraso cognitivo no mercado de trabalho

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de dezembro de 2012 às 18h30.

São Paulo - A inclusão de deficientes intelectuais nas escolas e no mercado de trabalho pode representar um grande desafio para a sociedade. De acordo com a política de cotas, as empresas com no mínimo 100 empregados são obrigadas a preencher uma determinada porcentagem – que varia de acordo com o tamanho da empresa - de vagas com empregados deficientes.

Porém, essa política é falha no que diz respeito à integração das pessoas e, muitas vezes, a convivência com pessoas que têm imitações especiais pode gerar conflitos e criar barreiras no ambiente de trabalho.

E mais: a inclusão de pessoas com atraso cognitivo pode ser ainda mais complicada já que a capacidade de cada deficiente varia, e as adaptações do ambiente devem ser customizadas, ou seja, adequadas especificamente para aquele funcionário.

Para poder lidar com a deficiência diariamente, é importante que se identifique os obstáculos impostos por esta condição, para aprender a respeitar as diferenças. Quando falamos de deficiência intelectual, há características comuns a esse público que não podem ser ignoradas: dificuldade de concentração, problemas de comunicação e interação, menor capacidade para relacionar o sistema de fala com a representação escrita.

O médico José Salomão Schwartzman alerta para a generalização com que as cotas tratam os deficientes “A lei brasileira não faz distinção no tratamento dado aos diferentes tipos de deficientes, e isso é um grande problema, pois os níveis de deficiência são distintos, assim como sua gravidade. Não se pode tratar todos os casos da mesma forma, como se todos tivessem as mesmas capacidades”, salienta.


As causas da deficiência intelectual são complexas, e podem ocorrer por vários motivos como alterações genéticas, infecções, doenças, traumas, uso de drogas na gravidez e outros. Essa condição é caracterizada pela limitação das seguintes habilidades:

- comunicação,
- autocuidado,
- vida no lar,
- adaptação social,
- saúde e segurança,
- uso de recursos da comunicação,
- determinação,
- funções acadêmicas,
- lazer e trabalho.

Para que os deficientes intelectuais alcancem melhor desempenho profissional, é preciso criar um ambiente propício, no qual consigam se concentrar, desempenhar suas funções e interagir com os colegas. Além disso, a dinâmica do trabalho é diretamente ligada ao suporte que aquele funcionário recebe. Os empregadores devem se conscientizar de que as tarefas delegadas aos funcionários deficientes devem estar de acordo com suas capacidades e seu tempo de produção precisa ser respeitado.

Em 2004, a Organização das Nações Unidas (ONU) baniu o termo “deficiência mental” porque poderia ser confundida com “doença mental”, que determina que as pessoas com intelecto mediano, por algum motivo, deixam de usa-lo da forma com que costumavam fazer.

Dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que cerca de 5% da população mundial tem alguma deficiência intelectual, confirmando a importância das políticas de inclusão. Ainda de acordo com Schwartzman, “no cenário ideal, a inclusão de deficientes não seria obrigatória, e sim natural. Mas todos sabem que isso não acontece. Precisamos, sim, incluir os deficientes nas escolas e empresas, mas também ter consciência de suas limitações, analisando cada caso separadamente antes de tomar qualquer decisão”.

Veja também

São Paulo - A inclusão de deficientes intelectuais nas escolas e no mercado de trabalho pode representar um grande desafio para a sociedade. De acordo com a política de cotas, as empresas com no mínimo 100 empregados são obrigadas a preencher uma determinada porcentagem – que varia de acordo com o tamanho da empresa - de vagas com empregados deficientes.

Porém, essa política é falha no que diz respeito à integração das pessoas e, muitas vezes, a convivência com pessoas que têm imitações especiais pode gerar conflitos e criar barreiras no ambiente de trabalho.

E mais: a inclusão de pessoas com atraso cognitivo pode ser ainda mais complicada já que a capacidade de cada deficiente varia, e as adaptações do ambiente devem ser customizadas, ou seja, adequadas especificamente para aquele funcionário.

Para poder lidar com a deficiência diariamente, é importante que se identifique os obstáculos impostos por esta condição, para aprender a respeitar as diferenças. Quando falamos de deficiência intelectual, há características comuns a esse público que não podem ser ignoradas: dificuldade de concentração, problemas de comunicação e interação, menor capacidade para relacionar o sistema de fala com a representação escrita.

O médico José Salomão Schwartzman alerta para a generalização com que as cotas tratam os deficientes “A lei brasileira não faz distinção no tratamento dado aos diferentes tipos de deficientes, e isso é um grande problema, pois os níveis de deficiência são distintos, assim como sua gravidade. Não se pode tratar todos os casos da mesma forma, como se todos tivessem as mesmas capacidades”, salienta.


As causas da deficiência intelectual são complexas, e podem ocorrer por vários motivos como alterações genéticas, infecções, doenças, traumas, uso de drogas na gravidez e outros. Essa condição é caracterizada pela limitação das seguintes habilidades:

- comunicação,
- autocuidado,
- vida no lar,
- adaptação social,
- saúde e segurança,
- uso de recursos da comunicação,
- determinação,
- funções acadêmicas,
- lazer e trabalho.

Para que os deficientes intelectuais alcancem melhor desempenho profissional, é preciso criar um ambiente propício, no qual consigam se concentrar, desempenhar suas funções e interagir com os colegas. Além disso, a dinâmica do trabalho é diretamente ligada ao suporte que aquele funcionário recebe. Os empregadores devem se conscientizar de que as tarefas delegadas aos funcionários deficientes devem estar de acordo com suas capacidades e seu tempo de produção precisa ser respeitado.

Em 2004, a Organização das Nações Unidas (ONU) baniu o termo “deficiência mental” porque poderia ser confundida com “doença mental”, que determina que as pessoas com intelecto mediano, por algum motivo, deixam de usa-lo da forma com que costumavam fazer.

Dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que cerca de 5% da população mundial tem alguma deficiência intelectual, confirmando a importância das políticas de inclusão. Ainda de acordo com Schwartzman, “no cenário ideal, a inclusão de deficientes não seria obrigatória, e sim natural. Mas todos sabem que isso não acontece. Precisamos, sim, incluir os deficientes nas escolas e empresas, mas também ter consciência de suas limitações, analisando cada caso separadamente antes de tomar qualquer decisão”.

Acompanhe tudo sobre:carreira-e-salariosEducaçãoMercado de trabalho

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame