Brasil

Orçamento para a saúde no Brasil é próximo ao do africano, diz OMS

Taxa é inferior à média mundial, uma das mais baixas das Américas e não distante do que governos africanos também reservam para o setor

Saúde: dados publicados nesta quinta-feira revelam que o governo brasileiro destina para a saúde um porcentual de 7,7% de seu orçamento geral (Thomas Northcut/Thinkstock)

Saúde: dados publicados nesta quinta-feira revelam que o governo brasileiro destina para a saúde um porcentual de 7,7% de seu orçamento geral (Thomas Northcut/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de maio de 2018 às 14h46.

Genebra - Dados publicados nesta quinta-feira, 17, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o governo brasileiro destina para a saúde um porcentual de 7,7% de seu orçamento geral. A taxa é inferior à média mundial, uma das mais baixas das Américas e não distante do que governos africanos também reservam de seus orçamentos para o setor.

A informação, que faz parte do relatório anual da OMS sobre as estatísticas da saúde global, foi publicada às vésperas do início da Assembleia Mundial da Saúde, que começa na próxima segunda-feira, dia 21.

De acordo com a OMS, apenas cinco países no continente americano têm um porcentual de gastos governamentais inferiores aos do Brasil, entre eles Barbados, Haiti e Venezuela.

No outro extremo estão Alemanha, Suíça, EUA e Uruguai, todos com gastos três vezes superiores aos do Brasil em termos porcentuais. Na Europa, apenas quatro países gastam menos de 7,7% de seu orçamento com a saúde: Chipre, Armênia, Tajiquistão e Azerbaijão.

Os níveis registrados pela OMS se referem aos cálculos com base no orçamento de 2015, o último ano em que se poderia fazer uma comparação global. O resultado apontou que, em média, governos gastam 9,9% de seus orçamentos com a saúde. Na Europa, a taxa chega a 12,5%, 12% nas Américas e 8,5% no Sudeste Asiático.

O índice mais próximo da realidade vivida pelo Brasil foi a da África, com 6,9% em média de gastos dos orçamentos.

Mesmo assim, 17 países africanos destinam um porcentual de seu orçamento acima das taxas brasileiras. Entre eles estão Madagascar (15%), Suazilândia (14,9%) e África do Sul (14,1%).

Peso

O que os números da OMS também revelam é que a saúde ainda tem um peso grande para os orçamentos das famílias brasileiras. A compilação conclui que um quarto das famílias no País destina mais de 10% do orçamento doméstico para ser atendida. Apenas quatro países no mundo contam com índices superiores ao brasileiro: Georgia, Nicarágua, Nepal e Egito.

Na média mundial, 11,7% das famílias gastavam mais de 10% com saúde. Na Europa, a taxa é de menos de 7%. Um parcela de 3,5% da população brasileira ainda é obrigada a gastar mais de 25% de seu orçamento com a saúde.

Somando gastos privados e públicos, cada brasileiro gasta, em média, US$ 780 por ano. No mundo, a média é de US$ 822,00. A OMS ainda destaca que, em países como a Dinamarca, os investimentos chegam a US$ 5,4 mil, enquanto a média europeia é de US$ 2,1 mil.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaOMS (Organização Mundial da Saúde)SaúdeSaúde no Brasil

Mais de Brasil

Indícios contra militares presos são "fortíssimos", diz Lewandowski

Câmara aprova projeto de lei que altera as regras das emendas parlamentares

PF envia ao STF pedido para anular delação de Mauro Cid por contradições

Barroso diz que golpe de Estado esteve 'mais próximo do que imaginávamos'