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Raquel Dodge enfrenta primeiros dilemas sobre orçamento da PGR

A futura procuradora-geral da República participa de reuniões que debatem, entre outras pautas, um reajuste nos salários dos procuradores da República

Raquel Dodge: cerca de 80% da verba do Ministério Público já está comprometida com a folha de pagamento (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Raquel Dodge: cerca de 80% da verba do Ministério Público já está comprometida com a folha de pagamento (Antonio Cruz/Agência Brasil)

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EXAME Hoje

Publicado em 25 de julho de 2017 às 06h44.

Última atualização em 25 de julho de 2017 às 07h47.

Nestas terça e quarta-feira, a futura procuradora-geral da República, Raquel Dodge, participa de reuniões do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que debatem, entre outras pautas, um reajuste de 16% nos salários dos procuradores da República e o orçamento de operações do Ministério Público Federal, como a Lava-Jato. O assunto extra pauta depende da presença de Rodrigo Janot, que também preside o CNMP, na reunião.

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O pedido de aumento foi encaminhado pela Associação Nacional de Procuradores da República em momento de orçamento restrito para o país. As verbas de custeio do MPF estão comprometidas em cerca de 80% com salários de servidores. A decisão de hoje impacta diretamente o que haverá de disponível para o dia a dia das investigações. O órgão também “perdeu” 48 milhões de reais do que tinha previsto em caixa para o ano que vem por revisão dos índices de inflação para cumprir o teto de gastos.

O Ministério Público da União havia previsto impacto de 258,6 milhões de reais para a medida. Os procuradores da República reclamam, contudo, que não tiveram aumento em três anos. A ANPR diz que “nada resolverá” adiar a questão, pois os anos adiante serão “ainda mais duros” e não é prudente “enfraquecer a instituição”. O novo salário para o procurador-geral da República é de 39.293,38 reais, com efeito cascata para procuradores.

Na semana passada, Dodge havia enviado um ofício com 40 perguntas ao CNMP questionando a contenção de recursos ao MPF. Perguntou por que apenas 522.655 reais foram destinados à Lava-Jato em Curitiba, uma vez que o pedido era de 1,65 milhão de reais. Janot rebateu, dizendo que o orçamento para a operação estava “garantidíssimo”, mas houve revisão pela inflação. “É prioridade da procuradoria na minha gestão. Se vai ser na dela, eu não sei”, disse Janot. Teremos a oportunidade de saber, nesta semana, qual a prioridade de Raquel Dodge.

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