Oposição tenta se aproximar dos ativistas
A oposição rechaçou a tentativa do governo de abrir um diálogo para fazer com que as promessas de promover a reforma política
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2015 às 10h18.
Brasília - Embalada pelas manifestações contra a presidente Dilma Rousseff no domingo, a oposição rechaçou a tentativa do governo de abrir um diálogo para fazer com que as promessas de promover a reforma política , aprovar o pacote anticorrupção e realizar o ajuste fiscal saiam do papel.
Uma análise de conjuntura pós-manifestação produzida pelo Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB, afirma que a "pauta da cidadania" das ruas inclui a defesa "intransigente" dos direitos dos trabalhadores "impedindo que o arrocho proposto pela presidente avance no Congresso".
O texto diz, ainda, que não será cortando benefícios e aumentando impostos que o País sairá da crise.
O diálogo é rechaçado pelos principais líderes da oposição. "Não há clima para dialogar com o governo, especialmente do discurso da presidente em cadeia nacional. Eles estão no mundo da lua", disse o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), candidato à vice-presidente na chapa de Aécio Neves em 2014.
"Seria ir na contramão das manifestações", reforçou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
Para o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, o governo não merece "a mínima confiança".
"Esse discurso (de diálogo) é surrado. Se a presidente quer ajuda, ela precisa dar sinais, como a redução de ministérios e cargos comissionados", diz.
Para o presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), a proposta do governo foi motivada "pelo grito das multidões".
"Fazem isso para dizer que, de repente, viraram conciliadores.
A reforma não depende de entendimento com a oposição. Ela vai acontecer naturalmente", diz o senador.
"Vale a declaração chamando ao diálogo, ou a de guerra, atribuindo as manifestações aos eleitores de Aécio", completa o deputado Mendonça Filho (PE), líder do DEM.
Dilema
Apesar da multidão que tomou as ruas no domingo, a oposição se dividiu sobre sua participação nos próximos atos.
Enquanto parte dos dirigentes partidários e parlamentares defende uma aproximação "lenta e gradual" com os organizadores, outros advogam a tese de que não há necessidade de colocar os políticos em cima do palanque.
Pelo contrário: isso poderia gerar antipatia dos manifestantes.
"Na manifestação (de domingo) os organizadores estavam receosos com a participação de políticos nos carros de som. Poderia parecer oportunismo. Mas acho que, se o movimento continuar com essa força, será inevitável a nossa presença", diz o tucano Álvaro Dias.
"Não queremos proximidade com partidos. O PSDB não é oposição, é ocasião", diz Marcello Reis, líder do Revoltados On Line, um dos movimentos que participou dos protestos.
O próximo ato contra Dilma está marcado para o dia 12, em São Paulo. Mas não há consenso entre os grupos. O maior deles, o Vem pra Rua, por exemplo, resiste a aceitar a data, marcada pelo Movimento Brasil Livre.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Brasília - Embalada pelas manifestações contra a presidente Dilma Rousseff no domingo, a oposição rechaçou a tentativa do governo de abrir um diálogo para fazer com que as promessas de promover a reforma política , aprovar o pacote anticorrupção e realizar o ajuste fiscal saiam do papel.
Uma análise de conjuntura pós-manifestação produzida pelo Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB, afirma que a "pauta da cidadania" das ruas inclui a defesa "intransigente" dos direitos dos trabalhadores "impedindo que o arrocho proposto pela presidente avance no Congresso".
O texto diz, ainda, que não será cortando benefícios e aumentando impostos que o País sairá da crise.
O diálogo é rechaçado pelos principais líderes da oposição. "Não há clima para dialogar com o governo, especialmente do discurso da presidente em cadeia nacional. Eles estão no mundo da lua", disse o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), candidato à vice-presidente na chapa de Aécio Neves em 2014.
"Seria ir na contramão das manifestações", reforçou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
Para o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, o governo não merece "a mínima confiança".
"Esse discurso (de diálogo) é surrado. Se a presidente quer ajuda, ela precisa dar sinais, como a redução de ministérios e cargos comissionados", diz.
Para o presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), a proposta do governo foi motivada "pelo grito das multidões".
"Fazem isso para dizer que, de repente, viraram conciliadores.
A reforma não depende de entendimento com a oposição. Ela vai acontecer naturalmente", diz o senador.
"Vale a declaração chamando ao diálogo, ou a de guerra, atribuindo as manifestações aos eleitores de Aécio", completa o deputado Mendonça Filho (PE), líder do DEM.
Dilema
Apesar da multidão que tomou as ruas no domingo, a oposição se dividiu sobre sua participação nos próximos atos.
Enquanto parte dos dirigentes partidários e parlamentares defende uma aproximação "lenta e gradual" com os organizadores, outros advogam a tese de que não há necessidade de colocar os políticos em cima do palanque.
Pelo contrário: isso poderia gerar antipatia dos manifestantes.
"Na manifestação (de domingo) os organizadores estavam receosos com a participação de políticos nos carros de som. Poderia parecer oportunismo. Mas acho que, se o movimento continuar com essa força, será inevitável a nossa presença", diz o tucano Álvaro Dias.
"Não queremos proximidade com partidos. O PSDB não é oposição, é ocasião", diz Marcello Reis, líder do Revoltados On Line, um dos movimentos que participou dos protestos.
O próximo ato contra Dilma está marcado para o dia 12, em São Paulo. Mas não há consenso entre os grupos. O maior deles, o Vem pra Rua, por exemplo, resiste a aceitar a data, marcada pelo Movimento Brasil Livre.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.