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Oposição quer inquérito sobre mensalão em Santo André

Investigações poderiam incluir novos nomes do PT no escândalo do mensalão, até mesmo o do ex-presidente Lula

O empresário Marcos Valério: operador do mensalão ameaça envolver o ex-presidente Lula no escândalo (Cristiano Mariz/VEJA)
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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 18h55.

Brasília - A oposição cobra a abertura de inquérito para apurar a suposta conexão entre o valerioduto e o caso Santo André, denunciada pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza em depoimento à Procuradoria Geral da República (PGR). Para líderes de PSDB, PPS e PSOL, as declarações do operador do mensalão impõem nova investigação sobre esquema de corrupção na gestão do prefeito Celso Daniel, assassinado em 2002, e a possível participação de outros personagens, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo de hoje revela que, no depoimento, Valério disse ter enviado recursos a Santo André, após a morte de Celso Daniel, para estancar chantagens a petistas. A edição desta semana da revista "Veja" relata que o empresário de ônibus Ronan Maria Pinto estaria ameaçando, em 2003, dizer em público que Lula e o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, seriam beneficiários dos desvios.

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Para o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), as afirmações de Valério ligam dois grandes escândalos e reforçam a versão de crime "político". "A investigação é necessária para esclarecer (as denúncias) e, se forem consistentes, buscar a responsabilização criminal. É a primeira vez que se noticia a ligação entre o mensalão e o assassinato, um crime insolúvel", comentou.

Celso Daniel foi sequestrado e morto em janeiro de 2002. A Polícia Civil concluiu que se tratou de crime comum, mas o Ministério Público de São Paulo sustenta que o prefeito foi assassinado por tentar acabar com o esquema de desvios.

O PPS incluirá as declarações sobre Santo André em representação a ser encaminhada ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, na qual pede investigação sobre Lula. "Indica-se que a quadrilha condenada no Supremo tem ramificações de toda a ordem", afirma o líder do partido na Câmara, Rubens Bueno (PR).

O líder do PT na Casa, Jilmar Tatto (SP), defende que não se dê "credibilidade" às acusações de Valério. "Ele não tem credibilidade mais, se é que teve um dia. Vai para a cadeia e fala isso tudo por este motivo", diz o petista. Tatto afirma que o caso de Santo André já foi apurado, sem ter sido provado o envolvimento de integrantes do PT no crime. "Quebraram sigilos bancário e telefônico e não acharam nada. Temos de virar a página".

Para o líder do PSOL no Senado, Randolfe Rodrigues (AP), o PT tenta transformar a situação em batalha política: "O melhor caminho é o do esclarecimento, e não o da desqualificação do denunciante".

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