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Oposição mostrará estudo paralelo ao da CPI da Petrobras

Partidos de oposição apresentarão na próxima quarta-feira relatório paralelo ao da CPI da Petrobras, onde pedirão o indiciamento de pelo menos 5 envolvidos

Deputado Carlos Sampaio: deputado ressaltou que não incluiu os nomes da presidente Dilma e do ex-presidente Lula no relatório (Renato Araújo/ABr)
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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2014 às 20h27.

Brasília -Partidos de oposição na Câmara e no Senado vão apresentar, na próxima quarta-feira (17), relatório paralelo ao da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras .

No documento, os parlamentares pedirão o indiciamento de pelo menos cinco envolvidos em negócios ilegais com a estatal.

O anúncio foi feito hoje (11) pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que informou que o documento está sendo finalizado para ser apresentado no mesmo dia em que está prevista a votação do relatório oficial, do deputado Marco Maia (PT-RS).

O relatório paralelo é iniciativa de parlamentares do PSDB, DEM, PSB, PPS e SD. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, Sampaio classificou de frágil o relatório, que, segundo ele, não abordou questões “primordiais”.

O deputado antecipou que os pedidos de indiciamento incluem os nomes do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, do doleiro Alberto Youssef, do deputado cassado André Vargas, de Luiz Argôlo, que teve a perda de mandato aprovada pelo Conselho de Ética, e de empresários como Júlio Camargo, citado no esquema.

“Ele [Marco Maia] considerou normal aquilo que, para o Tribunal de Contas da União, é sinônimo da maior roubalheira ocorrida no país, que foi a compra [da Refinaria] de Pasadena.O relator sequer abordou as doações de campanha feitas com dinheiro oriundo de crimes praticados contra a Petrobras. Ele não abordou o envolvimento do Palácio do Planalto, sendo que a Casa Civil recebeu um e-mail do delator Paulo Roberto confessando o esquema de corrupção, e sequer o envolvimento do tesoureiro do PT [João Vaccari Neto], apontado pelos delatores como a pessoa que levava os 3% [dos contratos negociados por empreiteiras com a Petrobras] para o Partido dos Trabalhadores”, disse Sampaio.

O deputado ressaltou que não incluiu os nomes da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva porque não há elementos “identificadores” do envolvimento dos dois.

“Não há elementos neste momento, mas há uma clara evidência de que temos que avançar na investigação porque ambos foram referidos pelo mais importante delator do esquema como pessoas que tinham total ciência dos fatos.”

O relatório paralelo também não deve citar o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Segundo Carlos Sampaio, o possível envolvimento do ex-diretor será investigado por uma nova CPI que a oposição pretende criar na próxima legislatura, a partir de 1º de fevereiro.

“Por mais que se diga que tem o Ministério Público e a Polícia Federal investigando, os mecanismos de uma CPMI são infinitamente mais ágeis e, no que tange a agentes políticos, é o melhor mecanismo para agilizar investigações, apontar culpados e iniciar processos de cassação de todos parlamentares que comprovadamente assaltaram a Petrobras”, avaliou o deputado.

Sobre o relatório paralelo, Sampaio explicou que tentará costurar um texto que seja analisado como um voto em separado durante a votação do relatório final na próxima semana. “Faremos a leitura para ver se conseguimos a aprovação do plenário.Os membros da comissão que são ligados ao governo não têm comparecido. Se tivermos a maioria simples do quórum de instalação [da sessão de quarta-feira] e a mesma maioria para a votação, podemos ter aprovado nosso relatório paralelo”, acrescentou o parlamentar.

São Paulo - O primeiro trimestre ainda nem acabou, mas a Petrobras já acumulou problemas neste período que podem valer para o ano inteiro. Entre processo de investigação de propina, preço das ações despencando e produção de petróleo menor, a petroleira dá indícios que não vive um bom momento. Veja, a seguir, 10 enroscos em que a Petrobras já se meteu neste ano:
  • 2. Investigação sobre propina

    2 /11(Sérgio Moraes/Reuters)

  • Veja também

    Em fevereiro, ex-funcionários da holandesa SBM, que aluga navios-plataformas, fizeram denúncias que apontam que empregados da Petrobras receberam propina para fechar negócios. O processo indica que funcionários e intermediários da petroleira receberam cerca de 140 milhões de dólares. A Petrobras abriu uma auditoria interna para apurar as denúncias. Segundo Graça, os primeiros resultados da auditoria levaram 30 dias para sair. A Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados aprovou hoje requerimento para que a empresa esclareça tais irregularidades.



  • 3. Endividamento bilionário

    3 /11(REUTERS/Nacho Doce)

  • A captação de  8,5 bilhões de dólares anunciada pela Petrobras nesta semana deve impactar ainda mais o endividamento da estatal. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a dívida líquida da petroleira deverá passar de 100 bilhões de dólares até 2018. De acordo com o novo plano de negócios quinquenal da Petrobras (2014-2018), 60,5 bilhões de dólares serão levantados em dívida bruta nos próximos cinco anos.

  • 4. Queda da produção

    4 /11(Pedro Lobo/Bloomberg News)

    Em 2013, a produção de petróleo da Petrobras caiu 2,5% no Brasil. Neste ano, em janeiro, a produção também recuou.  No primeiro mês do ano, a produção total de petróleo e gás natural ficou 2,2% abaixo do total produzido em dezembro de 2013, quando atingiu 2,36 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Segundo a empresa, a interrupção da produção em duas unidades instaladas na Bacia de Campos e a venda de participação no Parque das Conchas impactaram a produção do período.


  • 5. Multa bilionária

    5 /11(REUTERS/Sergio Moraes)

    Entre outubro de 2013 e janeiro deste ano, a Petrobras recebeu cinco autuações da Receita Federal que somam 8,7 bilhões de reais. As informações estão no prospecto preliminar publicado na Securities and Exchange Comission (SEC), regulador do mercado de capitais da América do Norte. A Petroleira informou que já apresentou recursos em todos os casos. O processo ainda está em fase de julgamento.

  • 6. Ações despencaram

    6 /11(Alexandre Battibugli/EXAME)

    No final do mês passado, as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras caíram  para o menor nível desde 2005 após a divulgação de que a dívida líquida da empresa havia crescido 50% no último ano. Os papéis preferenciais da empresa tiveram a maior queda da bolsa de São Paulo no dia 26 de fevereiro. As ações fecharam o dia cotadas a 13,70 reais, seu menor valor desde 27 de dezembro de 2005.

  • 7. Valor de mercado menor

    7 /11(Dado Galdieri/Bloomberg)

    A Petrobras foi a empresa que mais encolheu em valor de mercado no mês de fevereiro deste ano.
    Segundo dados da consultoria Economática, a estatal perdeu 12 bilhões de reais no mês passado na bolsa brasileira, período no qual o Ibovespa recuou 1,14%. Boa parte da queda é atribuída aos maus resultados de 2013 apresentados pela empresa.

    No final de fevereiro, o valor de mercado da estatal era de 172,8 bilhões de reais.

  • 8. Preço do dólar divergente

    8 /11(Bruno Domingos/Reuters)

    Durante evento para divulgar seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, a Petrobras afirmou que vai trabalhar com um dólar de 2,23 reais neste ano.

    A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
  • 9. Preço do combustível

    9 /11(Divulgação/Petrobras)

    A interferência do governo nos negócios da Petrobras também tem preocupado investidores, principalmente quando o assunto é o polêmico  reajuste no preço do combustível.

    A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.

  • 10. Independência do governo

    10 /11(Francois Lenoir/Reuters)

    No mês passado, Silvio Sinedino, funcionário da Petrobras há 26 anos e presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), ganhou o direito de ocupar uma cadeira no conselho de administração da estatal. Ao que tudo indica, Sinedino quer deixar claro que os funcionários da companhia não compactuam com a ideia de que as decisões da empresa teriam de estar totalmente alinhadas às decisões do Governo Federal. Hoje o conselho da Petrobrás é formado por dez membros, sete indicados pelo governo, um pelos acionistas minoritários de ações minoritárias, um pelos acionistas de ações preferenciais e um pelos empregados.





  • 11. Agora, veja 20 empresas que dominam o país

    11 /11(AGÊNCIA BRASIL)

  • Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCorrupçãoEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEscândalosEstatais brasileirasFraudesGás e combustíveisIndústria do petróleoOposição políticaPetrobrasPetróleoPolítica no Brasil

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