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Oposição exige investigação das novas denúncias contra Lula

Opositores também propõem que Marcos Valério seja convocado ao Congresso para explicar "tudo o que sabe" sobre o assunto


	Ex-presidente Lula: segundo Valério, Lula aprovou as negociações do mensalão
 (Edgard Garrido/Reuters)

Ex-presidente Lula: segundo Valério, Lula aprovou as negociações do mensalão (Edgard Garrido/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2012 às 12h04.

Brasília - O PPS exigiu nesta terça-feira uma "abertura imediata de inquérito" sobre as novas denúncias que envolvem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema de corrupção ocorrido durante seu primeiro mandato.

"Diante das declarações dadas ao Ministério Público não resta outro caminho. É abertura imediata de inquérito", disse o presidente do PPS, Roberto Freire, depois que o jornal "O Estado de S.Paulo" publicou hoje que o publicitário Marcos Valério Fernandes, condenado a 40 anos de prisão, envolveu diretamente Lula em uma declaração dada à Procuradoria Geral da República (PGR).

"Eles já tem todos os elementos. Então, é hora de dar início à investigação", declarou Freire aos jornalistas junto ao deputado Rubens Bueno, também do PPS, que disse que agora "vem à tona a confirmação do que já sabíamos: ele era o verdadeiro chefe do mensalão".

Por sua vez, o senador Álvaro Dias, do PSDB, adiantou que se propõe solicitar que Marcos Valério seja convocado ao Congresso para explicar "tudo o que sabe" sobre o assunto.

No documento obtido pelo"Estadão", Valério diz que Lula aprovou as negociações que levaram à criação de uma vasta rede de corrupção com o objetivo de o PT financiar campanhas e subornar dirigentes de quatro partidos em troca de seu apoio ao governo no Congresso.

Segundo o periódico, Fernandes afirma que Lula obteve benefícios econômicos "pessoais", que apoiou negociações confusas com a empresa lusitana Portugal Telecom e que foi ameaçado de morte por Paulo Okamoto, um homem da maior confiança do ex-presidente e atual diretor do instituto que fundou o ano passado.


Lula, junto com Okamoto e outros diretores de sua fundação, está em Paris como organizador de um fórum ao qual irão hoje o presidente francês, François Hollande, e a presidente Dilma Rousseff.

O jornal diz que tentou conversar com Lula em Paris, mas não o encontrou e que o ex-mandatário teve ontem um almoço na capital francesa com Dilma, que "não figurava na agenda oficial" da presidente e foi "rodeado de sigilo".

Para o presidente do PPS, "o lamentável é que, em vez de se explicar à Nação, Lula se esconde no exterior".

Freire sustentou que, além das novas denúncias de Fernandes, Lula ainda deve esclarecer sua relação com Rosemary Nóvoa Noronha, ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo, destituída por Dilma com outros 17 funcionários após ter sido envolvida em outro escândalo surgido há duas semanas.

A funcionária, que segundo a imprensa teria há anos uma "relação íntima" com Lula, assumiu o cargo em 2003, nomeada pelo agora ex-presidente, e foi ratificada em 2011 por Dilma.

Na semana passada Rosemary foi acusada formalmente pela Polícia Federal de tráfico de influência e formação de quadrilha, entre outras acusações de corrupção. 

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