Operador de propina do PMDB deu carro de luxo para Cerveró
Fernando Soares, o Fernando Baiano, deu de presente uma Range Rover Evoque para o ex-diretor de Internacional da estatal Nestor Cerveró
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2015 às 20h22.
Curitiba e São Paulo - O operador de propina do PMDB na Petrobras Fernando Soares, o Fernando Baiano, deu de presente a Range Rover Evoque para o ex-diretor de Internacional da estatal Nestor Cerveró.
O carro de luxo custou R$ 220 mil e foi negociado e pago em dinheiro vivo pelo lobista. Os dois estão presos em Curitiba, base da Operação Lava Jato, e são réus por corrupção e lavagem de dinheiro na compra de duas sondas de perfuração marítimas da estatal.
Braço do PMDB no esquema de loteamento de diretorias da Petrobras, Cerveró é acusado de ter recebido US$ 30 milhões de propina.
O presente de luxo foi comprado em 2012, na mesma loja em que o doleiro Alberto Youssef - alvo central da Operação Lava Jato - adquiriu um carro do mesmo modelo para o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, um ano depois. A Range Rover Evoque de Cerveró foi confiscada pela Justiça Federal.
Para o juiz federal Sérgio Moro - que conduz todas as ações da Lava Jato - "há provas de que a aquisição do veículo teria sido intermediada por Fernando Soares em benefício de Nestor Cerveró, com a participação da esposa deste, Patricia Anne Cunat Cervero".
Os dois carros de luxo dos ex-diretores foram adquiridos na mesma loja, a Autostar São Paulo. O Ministério Público Federal obteve na concessionária informações sobre a aquisição da Ranger de Cerveró, a nota fiscal emitida em 27 de julho de 2012 e a proposta de venda.
"A nota fiscal encontra-se em nome da esposa de Nestor Cerveró, Patrícia Anne Cunat Cerveró. Entretanto, na proposta de compra é apontado o endereço eletrônico fsoares@hawkeyespar.com.br como contato para Patrícia."
O endereço eletrônico registrado no documento em nome da mulher de Cerveró é na verdade "de titularidade de Fernando Soares e da empresa dele, Hawk Eyes Administração de Bens Ltda", assinala a Procuradoria.
"Ouvida, a vendedora da AutoStar declarou que Fernando Soares é quem fez todo o contato com a AutoStar para a compra do veículo."
A Autostar também forneceu ao MPF extrato bancário que revela que o veículo foi pago por depósito em dinheiro de R$ 220 mil".
"A realização do pagamento do preço do veículo em espécie não é, por si só crime, mas transação de R$ 220 mil em espécie não é nada usual. A realização de elevada transação em espécie, sem aparente justificativa econômica, gera fundada suspeita de que o objetivo dela seria dificultar o rastreamento da origem do dinheiro, a real titularidade dos recursos, e acobertar pagamento de propina ou lavagem de dinheiro, suspeita essa reforçada pela participação de Fernando Soares na aquisição do veículo em questão, ele que é acusado pelo MPF exatamente como intermediador de propinas para Nestor Cerveró", registra o juiz.
Denúncia
Cerveró e Baiano respondem ação penal na Lava Jato. O ex-diretor teria recebido vantagem indevida de milhões de dólares para favorecer a contratação, em 2006 e em 2007, da empresa Samsung Heavy Industries Co para fornecimento de navios sondas de perfuração de águas profundas. Fernando Antônio Falcão Soares teria atuado como intermediador da propina.
Curitiba e São Paulo - O operador de propina do PMDB na Petrobras Fernando Soares, o Fernando Baiano, deu de presente a Range Rover Evoque para o ex-diretor de Internacional da estatal Nestor Cerveró.
O carro de luxo custou R$ 220 mil e foi negociado e pago em dinheiro vivo pelo lobista. Os dois estão presos em Curitiba, base da Operação Lava Jato, e são réus por corrupção e lavagem de dinheiro na compra de duas sondas de perfuração marítimas da estatal.
Braço do PMDB no esquema de loteamento de diretorias da Petrobras, Cerveró é acusado de ter recebido US$ 30 milhões de propina.
O presente de luxo foi comprado em 2012, na mesma loja em que o doleiro Alberto Youssef - alvo central da Operação Lava Jato - adquiriu um carro do mesmo modelo para o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, um ano depois. A Range Rover Evoque de Cerveró foi confiscada pela Justiça Federal.
Para o juiz federal Sérgio Moro - que conduz todas as ações da Lava Jato - "há provas de que a aquisição do veículo teria sido intermediada por Fernando Soares em benefício de Nestor Cerveró, com a participação da esposa deste, Patricia Anne Cunat Cervero".
Os dois carros de luxo dos ex-diretores foram adquiridos na mesma loja, a Autostar São Paulo. O Ministério Público Federal obteve na concessionária informações sobre a aquisição da Ranger de Cerveró, a nota fiscal emitida em 27 de julho de 2012 e a proposta de venda.
"A nota fiscal encontra-se em nome da esposa de Nestor Cerveró, Patrícia Anne Cunat Cerveró. Entretanto, na proposta de compra é apontado o endereço eletrônico fsoares@hawkeyespar.com.br como contato para Patrícia."
O endereço eletrônico registrado no documento em nome da mulher de Cerveró é na verdade "de titularidade de Fernando Soares e da empresa dele, Hawk Eyes Administração de Bens Ltda", assinala a Procuradoria.
"Ouvida, a vendedora da AutoStar declarou que Fernando Soares é quem fez todo o contato com a AutoStar para a compra do veículo."
A Autostar também forneceu ao MPF extrato bancário que revela que o veículo foi pago por depósito em dinheiro de R$ 220 mil".
"A realização do pagamento do preço do veículo em espécie não é, por si só crime, mas transação de R$ 220 mil em espécie não é nada usual. A realização de elevada transação em espécie, sem aparente justificativa econômica, gera fundada suspeita de que o objetivo dela seria dificultar o rastreamento da origem do dinheiro, a real titularidade dos recursos, e acobertar pagamento de propina ou lavagem de dinheiro, suspeita essa reforçada pela participação de Fernando Soares na aquisição do veículo em questão, ele que é acusado pelo MPF exatamente como intermediador de propinas para Nestor Cerveró", registra o juiz.
Denúncia
Cerveró e Baiano respondem ação penal na Lava Jato. O ex-diretor teria recebido vantagem indevida de milhões de dólares para favorecer a contratação, em 2006 e em 2007, da empresa Samsung Heavy Industries Co para fornecimento de navios sondas de perfuração de águas profundas. Fernando Antônio Falcão Soares teria atuado como intermediador da propina.