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Operações deixam 6 mortos e levam pânico a moradores de favelas do Rio

No Complexo da Maré, na zona norte, moradores denunciaram que policiais num helicóptero blindado dispararam para baixo indiscriminadamente

Complexo da Maré: um menino de 14 anos teria sido ferido dentro de uma escola, mas informação não foi confirmada (Ricardo Moraes/Reuters/Reuters)

Complexo da Maré: um menino de 14 anos teria sido ferido dentro de uma escola, mas informação não foi confirmada (Ricardo Moraes/Reuters/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de junho de 2018 às 17h41.

Última atualização em 20 de junho de 2018 às 20h45.

Rio de Janeiro - Ao menos seis pessoas morreram e duas ficaram feridas em diferentes operações policiais que aconteceram nesta quarta-feira, 20, e levaram pânico aos moradores de dois complexos de favelas do Rio.

Segundo a polícia, todas as seis mortes aconteceram no Complexo da Maré, zona norte. Moradores denunciaram nas redes sociais que um helicóptero blindado da PM disparava para baixo indiscriminadamente. Um menino de 14 anos teria sido ferido dentro de uma escola na comunidade e levado para um hospital nas proximidades, mas a informação não foi confirmada oficialmente.

Nos morros vizinhos do Cantagalo/Pavão-Pavãozinho, entre Copacabana e Ipanema, na zona sul, um embate em PMs e traficantes foi registrado desde a manhã. Segundo a PM, duas pessoas ficaram feridas. Mas há informações não confirmadas de que haveria um homem morto e mais um ferido.

Policiais da UPP Pavão-Pavãozinho desencadearam a operação junto com o Grupamento de Intervenções Táticas da Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) contra o tráfico. De acordo com a PM, traficantes atiraram contra os policiais, dando início ao conflito.

Dois homens que seriam traficantes feridos foram socorridos ao Hospital Municipal Miguel Couto, dois outros foram presos e uma pistola, apreendida. A UPP foi instalada nas comunidades em dezembro de 2009, contendo a violência por um período, mas recentemente os tiroteios voltaram.

Maré

Na Maré, um adolescente de 14 anos teria sido alvejado na barriga dentro do Ciep Operário Vicente Mariano, e levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, embora a polícia não confirme a informação. A Polícia Civil confirmou a morte de seis supostos traficantes na operação. "Durante o cumprimento de mandados em duas residências, os policiais foram recebidos com intenso disparo de armas de fogo. No confronto, seis criminosos foram feridos e socorridos, mas acabaram morrendo", informou a polícia.

Com os bandidos, os agentes apreenderam quatro fuzis calibre 5.56mm, oito carregadores, duas pistolas (uma calibre .40 e outra calibre 9mm), quatro granadas, farta quantidade de munição de fuzil e pistola, farta quantidade de drogas (1.832 pinos de cocaína, 75 sacolés de maconha, cerca de 2 quilos de cocaína), além de ferramentas utilizadas para arrombamento de caixas eletrônicos.

A operação teve como objetivo cumprir 23 mandados de prisão decorrentes de investigações da DCOD e da 39ª DP, além de checar na região informações obtidas através do setor de inteligência da PCERJ.

Na página de comunicação comunitária Maré Vive, no Facebook, moradores da Maré trocam informações sobre a quarta-feira tensa. Foram registrados disparos nas comunidades Vila do Pinheiro, Vila do João e Conjunto Esperança, segundo eles. O Morro do Timbau, Baixa do Sapateiro também fazem parte do raio de ação, segundo o Maré Vive.

"Cuidado especial pra quem mora em casa de telha. Muitos tiros de cima", escreveu uma pessoa. "Olha aí o blindado aéreo dando tiro indiscriminadamente em mais uma operação irresponsável dessa intervenção de b.", diz outra mensagem. "Quero ver se vão dizer depois que foi guerra entre traficantes. Covardes!! Várias crianças na escola, pessoas assistindo ao jogo da Copa e vocês nessa aí de dar tiro de cima" - foi outra crítica.

Os moradores relataram que estão sendo orientados pela polícia a ficar em casa por conta dos tiros, e que o clima é de muita tensão.

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