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Operação prende 142 integrantes da maior milícia do Rio

Além de cometer assassinatos e cobrar taxas ilegais, os milicianos já haviam fechado acordos com traficantes para a venda de drogas e o roubo de cargas

Polícia civil do Rio de Janeiro (Clarice Castro/ GERJ/Divulgação)
AB

Agência Brasil

Publicado em 7 de abril de 2018 às 14h42.

Última atualização em 7 de abril de 2018 às 14h43.

Em operação realizada neste sábado (7), a Polícia Civil prendeu 142 pessoas e apreendeu sete menores ligados à maior milícia do Rio de Janeiro , o grupo conhecido como Liga da Justiça.

Um balanço final das ações será divulgado por volta de 17h. Os policiais fizeram as prisões em um sítio, onde os milicianos participavam de um pagode na madrugada de hoje.

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As investigações cruzaram dados levantados pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) e pela 35ª DP (Campo Grande). A Liga da Justiça, que tem como base Campo Grande, expandia suas atividades para municípios como Itaguaí e Seropédica e para cidades da Costa Verde do estado do Rio de Janeiro.

Segundo os policiais civis, o grupo criminoso é atualmente o maior e mais perigoso em ação no estado. Além de cometer assassinatos e cobrar taxas ilegais de segurança a moradores, os milicianos já haviam fechado acordos com traficantes para a venda de drogas e o roubo de cargas nos territórios sob seu controle.

Cerca de 40 policiais civis participaram da ação e foram recebidos a tiros por seguranças de Wellington da Silva Braga, o Ecko, apontado como chefe da milícia, que estava no local, mas conseguiu fugir. Quatro pessoas morreram em confronto com os policiais.

Os presos responderão por crimes como organização criminosa, formação de quadrilha, receptação de veículos e porte ilegal de armas de fogo. Os detidos foram transportados em ônibus para a Cidade da Polícia, de onde devem ser encaminhados para o Complexo Penitenciário de Bangu. Há policiais militares entre os presos, e o número exato de agentes de segurança pública entre os participantes ainda está sendo levantado.

Como resultado da operação, a Polícia Civil prevê que a incidência de letalidade violenta na Baixada Fluminense e zona oeste seja reduzida, já que as prisões foram consideradas "um forte baque" na quadrilha.

O delegado assistente da DHBF, Fábio Salvadoreti, afirmou que a milícia atuava de "forma sanguinária", executando pessoas com as quais seus membros tinham desavenças e extorquindo dinheiro de moradores e comerciantes. "Se a pessoa resolve não pagar a taxa que eles acreditam que lhes é devida, eles exterminam."

O secretário estadual de Segurança Pública, general Richard Nunes, elogiou a ação dos policiais civis e informou que outras ações estão planejadas para ser executadas em curtíssimo prazo."Essa foi uma semana muito exitosa para a segurança pública do nosso estado, a intervenção federal começa a apresentar resultados positivos", disse Nunes.

O chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa, destacou que nenhum policial foi ferido na operação, que foi fruto de inteligência e planejamento. "Não vamos diminuir nossa força. Vamos atuar incessantemente contra a milícia", disse Rivaldo. Para ele, a operação deste sábado poderá resultar em outras ações contra a corrupção.

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