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Operação Lesa Pátria, contra golpistas, será permanente, avisa PF

A ofensiva ainda vasculha 16 endereços em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal

PF: A corporação abriu um canal para identificar pessoas ligadas à ofensiva violenta do dia 8 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

PF: A corporação abriu um canal para identificar pessoas ligadas à ofensiva violenta do dia 8 (Tomaz Silva/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de janeiro de 2023 às 10h58.

Por ordem do Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal abriu na manhã desta sexta, 20, a primeira etapa da Operação Lesa Pátria para prender preventivamente oito investigados sob suspeita de participarem, financiarem ou fomentarem os atos golpistas do dia 8 - quando radicais invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. Até a publicação desta matéria, quatro mandados foram cumpridos, um deles contra "Ramiro dos Caminhoneiros".

A ofensiva ainda vasculha 16 endereços em São Paulo (7), Rio de Janeiro (1), Minas Gerais (1), Goiás (1), Mato Grosso do Sul (1) e Distrito Federal (5). Já as ordens de prisão são executadas em SP (3), DF (2), MG (1), RJ (1) e MS (1).

Segundo a Polícia Federal, a Operação Lesa Pátria é "permanente". A corporação abriu um canal para identificar pessoas ligadas à ofensiva violenta do dia 8 - as informações podem ser encaminhadas para o e-mail denuncia8janeiro@pf.gov.br.

A ofensiva mira em supostos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Operação Última Patrulha

Em simultâneo, a Polícia Federal no Pará deflagrou a Operação Última Patrulha, para cumprir oito mandados de busca e apreensão contra seis "extremistas antidemocráticos" no Estado. As ordens foram expedidas pela 3ª Vara Criminal da Justiça Federal do Pará.

Segundo os investigadores, os alvos das buscas são suspeitos de "aderir, coordenar ou financiar" os atos golpistas que deixaram um rastro de destruição em Brasília. Os alvos são investigados por prestar "auxílio material para tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais".

O inquérito que culminou na Operação Última Patrulha teve início com a análise de postagens em redes sociais. De acordo com a PF, os posts tinham dois objetivos principais: organizar caravanas de todas as regiões do País para Brasília, "para promover uma greve geral com a 'tomada' dos Três Poderes através da invasão dos prédios do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional, e assim instalar uma intervenção militar"; e fazer novos bloqueios de rodovias, além de ataques a refinarias, portos e aeroportos. A Polícia Federal monitorou grupos de excursões que partiram de Belém rumo à Brasília.

O nome da ofensiva, segundo a PF, faz referência a um dos grupos mais ativos redes sociais - com participantes do Pará - na organização dos ataques em Brasília.

Prisões

Dos detidos em flagrante logo após os atos golpistas em Brasília ao menos 740 vão ficar presos preventivamente - quando não há data para sair da cadeia. O ministro Alexandre de Moraes analisa desde terça-feira, 17, as atas das audiências de custódia de investigados por atos golpistas. A expectativa é a de que o ministro analise, ainda nesta sexta, a situação de mais 384 radicais.

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