Corrupção em ministério irrigava caixa do PT, diz PF
O ex-ministro Paulo Bernardo é acusado de receber R$ 7 milhões do esquema que desviou cerca de R$ 100 milhões do Ministério do Planejamento entre 2010 e 2015
Valéria Bretas
Publicado em 23 de junho de 2016 às 16h53.
São Paulo – O ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffman (PT-PR), é acusado de receber R$ 7 milhões de um esquema que desviou cerca de R$ 100 milhões da pasta entre 2010 e 2015.
Ele foi preso preventivamente na manhã desta quinta-feira (23) pela Operação Custo Brasil, desdobramento da 18ª fase da Operação Lava Jato .
Os investigadores também acreditam que parte do dinheiro teria sido repassado para o Partido dos Trabalhadores. Em entrevista coletiva, a PF afirmou que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso pela Java Jato, seria o responsável por determinar o percentual de repasse para o partido.
Como funcionava o esquema
O pagamento de propina seria proveniente de contratos fictícios de uma empresa de informática, a Consist, contratada pelo ministério para gerenciar operações de crédito consignado tomados por servidores públicos federais.
Para cada parcela descontada mensalmente de cada funcionário público, a Consist cobrava cerca de um real por mês por seus serviços. De acordo com o superintendente da Receita Federal, Fábio Ejchel, o custo real deveria ser de cerca de 30 centavos por mês.
“Foi verificado que 70% dos valores recebidos por essa empresa eram repassados a pessoas ligadas a funcionários públicos ou agentes públicos com influência no ministério por meio de outros contratos - fictícios ou simulados”, diz a PF.
Durante o período em que comandava o ministério, a PF acredita que Paulo Bernardo teria recebido 10% do faturamento líquido do esquema de corrupção. De 2011 a 2015, teria continuado recebendo 5% da propina.
“O dinheiro foi desviado de funcionários públicos e pensionistas endividados para abastecer os cofres de corruptos. Não podemos admitir que o custo Brasil seja natural na nossa sociedade”, afirmou o procurador Andrey Borges de Mendonça durante entrevista coletiva na manhã de hoje.
O ex-ministro Carlos Gabas também está na mira da Polícia Federal, alvo de condução coercitiva na operação de hoje. Ele foi ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC) do governo Dilma, ministro da Previdência Social e já ocupou o cargo de secretário especial da Previdência Social depois que a pasta foi fundida com o Ministério do Trabalho.
Além dele, o jornalista Leonardo Attuch, dono do site "Brasil 247", também foi chamado a depor voluntariamente.
O secretário municipal de Gestão da prefeitura de São Paulo, Valter Correia da Silva, é um dos onze presos preventivamente. Ele é investigado por envolvimento no esquema.
Na operação Custo Brasil foram cumpridos 11 mandatos de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão e 14 mandatos de condução coercitiva em quatro estados: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e no Distrito Federal.
Os investigados serão levados para a sede da PF em São Paulo, onde responderão, de acordo com suas ações, pelos crimes de tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de 2 a 12 anos de prisão.
São Paulo – O ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffman (PT-PR), é acusado de receber R$ 7 milhões de um esquema que desviou cerca de R$ 100 milhões da pasta entre 2010 e 2015.
Ele foi preso preventivamente na manhã desta quinta-feira (23) pela Operação Custo Brasil, desdobramento da 18ª fase da Operação Lava Jato .
Os investigadores também acreditam que parte do dinheiro teria sido repassado para o Partido dos Trabalhadores. Em entrevista coletiva, a PF afirmou que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso pela Java Jato, seria o responsável por determinar o percentual de repasse para o partido.
Como funcionava o esquema
O pagamento de propina seria proveniente de contratos fictícios de uma empresa de informática, a Consist, contratada pelo ministério para gerenciar operações de crédito consignado tomados por servidores públicos federais.
Para cada parcela descontada mensalmente de cada funcionário público, a Consist cobrava cerca de um real por mês por seus serviços. De acordo com o superintendente da Receita Federal, Fábio Ejchel, o custo real deveria ser de cerca de 30 centavos por mês.
“Foi verificado que 70% dos valores recebidos por essa empresa eram repassados a pessoas ligadas a funcionários públicos ou agentes públicos com influência no ministério por meio de outros contratos - fictícios ou simulados”, diz a PF.
Durante o período em que comandava o ministério, a PF acredita que Paulo Bernardo teria recebido 10% do faturamento líquido do esquema de corrupção. De 2011 a 2015, teria continuado recebendo 5% da propina.
“O dinheiro foi desviado de funcionários públicos e pensionistas endividados para abastecer os cofres de corruptos. Não podemos admitir que o custo Brasil seja natural na nossa sociedade”, afirmou o procurador Andrey Borges de Mendonça durante entrevista coletiva na manhã de hoje.
O ex-ministro Carlos Gabas também está na mira da Polícia Federal, alvo de condução coercitiva na operação de hoje. Ele foi ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC) do governo Dilma, ministro da Previdência Social e já ocupou o cargo de secretário especial da Previdência Social depois que a pasta foi fundida com o Ministério do Trabalho.
Além dele, o jornalista Leonardo Attuch, dono do site "Brasil 247", também foi chamado a depor voluntariamente.
O secretário municipal de Gestão da prefeitura de São Paulo, Valter Correia da Silva, é um dos onze presos preventivamente. Ele é investigado por envolvimento no esquema.
Na operação Custo Brasil foram cumpridos 11 mandatos de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão e 14 mandatos de condução coercitiva em quatro estados: São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e no Distrito Federal.
Os investigados serão levados para a sede da PF em São Paulo, onde responderão, de acordo com suas ações, pelos crimes de tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de 2 a 12 anos de prisão.