Operação contra Eike investiga ocultação de US$100 mi, diz PF
Crimes de lavagem de dinheiro com a ocultação no exterior somam cerca de US$ 100 milhões, segundo a PF
Reuters
Publicado em 26 de janeiro de 2017 às 08h05.
Última atualização em 26 de janeiro de 2017 às 08h37.
Rio de Janeiro - A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira nova operação no âmbito da Lava Jato tendo como principal alvo o empresário Eike Batista , suspeito de envolvimento em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro com a ocultação de cerca de 100 milhões de dólares no exterior, mas o ex-bilionário não foi encontrado em uma batida policial em sua casa no Rio de Janeiro.
A Justiça Federal expediu nove mandados de prisão preventiva --um deles para Eike--, quatro de condução coercitiva e 22 de busca e apreensão em diferentes endereços no Rio como parte da Operação Eficiência.
Um advogado de Eike disse à TV Globo que o empresário está viajando e vai se entregar às autoridades, de acordo com a emissora.
"A PF investiga crimes de lavagem de dinheiro consistente na ocultação no exterior de aproximadamente 100 milhões de dólares. Boa parte dos valores já foi repatriada", informou a PF em nota.
"Também são investigados os crimes de corrupção ativa e corrupção passiva, além de organização criminosa. Grandes empresários estão entre os investigados que tiveram a prisão preventiva decretada", acrescentou.
Separadamente a PF confirmou que um dos mandados de prisão é contra Eike.
Também foi expedido mandado de prisão para o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, que já está preso no âmbito da Lava Jato, e pessoas próximas a ele, incluindo um irmão, de acordo com reportagens.
Cabral se tornou réu na Lava Jato em dezembro, acusado de envolvimento em um esquema de propina que teria desviado ao menos 224 milhões de reais de obras realizadas no Estado na época em que era governador.
Eike já vinha sendo investigado na operação Lava Jato pelo menos desde o ano passado, quando prestou um depoimento espontâneo à força-tarefa da operação em Curitiba acusando o ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Conselho da Petrobras Guido Mantega de ter pedido 5 milhões de reais de propina no interesse do PT.
À época Eike não foi alvo da operação, mas os procuradores da Lava Jato confirmaram que o empresário era investigado devido a "indicativos claros" de que sabia da realização de pagamentos indevidos.
Eike Batista foi um dos homens mais ricos do mundo antes de seu império industrial EBX, que já foi avaliado em 60 bilhões de dólares, desaparecer quase do dia para noite em 2013.
Em novembro de 2015, Eike foi proibido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de exercer cargo administrativo ou de conselheiro fiscal de companhias abertas por cinco anos por irregularidades administrativas cometidas quando era presidente do Conselho de Administração da petrolífera OGX, atual Óleo e Gás Participações.