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Operação com militares em favela recebe apoio de moradores

Foram utilizados blindados nas principais entradas da favela e os militares revistaram carros e pessoas que entravam ou saiam da favela

Exércio na Favela Kelsons: "Se você conhece o inferno, ele é aqui. Com certeza, é boa a presença dos militares" (Fernando Frazão/Agência Brasil)
AB

Agência Brasil

Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 20h38.

Fuzileiros Navais, policiais civis e militares entraram logo nas primeiras horas desta terça-feira (20) na Favela Kelsons, ao lado do Centro de Instrução Almirante Alexandrino (CIAA), uma unidade de instrução da Marinha. A operação foi realizada para prender traficantes que dominam a comunidade e realizaram ameaças e disparos contra a unidade nos dias 21 e 25 de janeiro.

Foram utilizados blindados nas principais entradas da favela e os militares revistaram carros e pessoas que entravam ou saiam da favela.

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Apesar do transtorno da revista e da presença ostensiva dos soldados, os moradores que aceitaram falar com a reportagem da Agência Brasil, com a garantia de omitir os nomes e a imagem, disseram que não estavam incomodados com a presença dos militares e policiais. Ao contrário, elogiaram e pediram que essa presença fosse permanente.

"Se você conhece o inferno, ele é aqui. Com certeza, é boa a presença dos militares. Isso aí é para ter todo o dia. Eu tô querendo me mudar daqui. O pessoal é abusado, um inferno. Para mim, se os militares ficarem direto, eu mudo de ideia de ir embora. O Exército todo dia ia acabar a vagabundagem. Tem muito roubo de carga também", desabafou um comerciante.

Outro morador, que também trabalha em um comércio na Kelsons, também disse apoiar a presença das Forças Armadas, mas pediu que os militares ficassem permanentemente.

"Eles têm que ficar direto para acabar com esses problemas. A gente que trabalha aqui não tem sossego. Toda hora é tiroteio. Antes aqui era milícia, agora é o tráfico. Nenhum lado é bom. Tem que ser intervenção mesmo. Se for para ficar, tudo bem. Ida e volta é que fica difícil. Aí não adianta nada, pois o cidadão fica no meio", disse o morador.

Mesmo para um jovem abordado pelos militares, em uma minuciosa revista, a presença dos fuzileiros não representava um transtorno. Segundo ele, é melhor para a comunidade. "Para mim está ótimo. Não tenho nada contra. A paz tem que ter mesmo, porque o Rio de Janeiro está uma bagunça", disse o jovem, que tem um pequeno comércio de serviços no interior da favela.

Uma senhora, na faixa dos 70 anos, que passava pela barreira militar, ao ser perguntada se concordava com a presença dos soldados, evitou responder. Apenas olhou para os soldados e fez que sim com a cabeça. Outros moradores, abordados pela reportagem, preferiram desconversar e evitaram fazer declarações, com medo de represálias dos traficantes que dominam o local.

Balanço

Segundo balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Segurança, além da operação na Kelsons, houve ações de cerco, desobstrução de vias e ações de estabilização nas comunidades de Cidade Alta, Pica Pau, Cinco Bocas e Tinta, todas na zona norte. Também foram realizados bloqueios em diversas rodovias federais e vários pontos da divisa do Rio com os demais estados do Sudeste.

O resultado final foi a prisão de 11 pessoas, com apreensão de cinco pistolas, um revólver, seis granadas, seis carregadores de pistolas, 11 rádios de comunicação. Também foram apreendidos um caminhão, dois carros, quatro motos e uma quantidade de drogas e munições não especificada.

De acordo com a secretaria, as ações foram realizadas no âmbito do Decreto Presidencial de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para ações em apoio ao Plano Nacional de Segurança Pública, assinado em 28 de julho de 2017, e não estão vinculadas à intervenção federal na segurança do estado.

Participaram da operação, além das Forças Armadas, as polícias Civil e Militar, rodoviárias Federal e Estadual e a Força Nacional de Segurança.

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