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Opas: situação no Brasil é preocupante e país pode estar vivendo 2ª onda

Organização também indicou que a prioridade na vacinação contra a covid-19 deve ser as populações mais vulneráveis

Pandemia: Opas alertou que a situação da covid-19 no Brasil é preocupante (Bloomberg/Bloomberg)

Mariana Martucci

Publicado em 9 de dezembro de 2020 às 16h39.

Última atualização em 9 de dezembro de 2020 às 17h08.

A Organização Pan-Americana da Saúde ( Opas ), escritório regional da Organização Mundial da Saúde ( OMS ), indicou nesta quarta-feira, 9, que a situação da covid-19 no Brasil é preocupante, com o sistema de saúde sob pressão em meio ao crescimento de casos da doença. O diretor do departamento de doenças da entidade, Marcos Espinal, falou em "sinais" de uma segunda onda do novo coronavírus no país e viu com ceticismo a possibilidade de imunização completa da população sul-americana já em 2021.

"Quem puder evitar de viajar nos feriados, que o faça. É muito melhor viver vários outros feriados do que ter problemas neste", afirmou Espinal, em coletiva de imprensa. Para ele, é provável que o uso de máscaras e a imposição de medidas restritivas sejam mantidos no próximo ano.

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A Opas também indicou que a prioridade na vacinação contra a covid-19 deve ser as populações mais vulneráveis, numa primeira fase a ocorrer em 2021. Em coletiva de imprensa, a organização declarou que o principal objetivo deve ser impedir a transmissão entre pessoas que possam manifestar complicações com mais frequências, como idosos, e os profissionais da saúde, que estão mais expostos à doença.

O diretor-adjunto da Opas, Jarbas Barbosa, afirmou que ainda não se sabe qual a cobertura de imunidade é necessária para impedir a transmissão do vírus, lembrando que a porcentagem próxima a 70%, que é divulgada com frequência, é uma estimativa com base em outras vacinações. Barbosa afirmou que a decisão sobre vacinas serem obrigatórias é de "cada país", e que alguns na região possuem imunização mandatória a crianças.

Por sua vez, o diretor reafirmou que o mais importante é que os governos tenham "uma comunicação transparente sobre as vacinas", e que seus planos nacionais consigam a confiança das populações. Sobre a recomendação no Reino Unido para que pessoas com algum tipo de alergia às vacinas não realizassem a imunização, Barbosa afirmou que é algo normal dos processos, e que "não deve atrapalhar".

A diretora-geral da Opas, Carissa Etienne, afirmou que no momento não há nenhuma vacina aprovada pela organização para ser distribuída nas Américas, e sinalizou que irá realizar uma reunião com os ministros da Saúde da região para discutir a Covax e os próximos passos da imunização no continente.

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