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ONU elogia trabalho da Comissão Nacional da Verdade

O secretário-geral da ONU cumprimentou a Comissão Nacional da Verdade pelo relatório final sobre as violações aos direitos humanos durante a ditadura

Dilma Rousseff recebe relatório da Comissão Nacional da Verdade (Antonio Cruz/ Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2014 às 15h08.

Brasília -O secretário-geral da Organização das Nações Unidas ( ONU ), Ban Ki-moon, cumprimentou a Comissão Nacional da Verdade (CNV) pelo trabalho que levou ao relatório final divulgado hoje (10) e parabenizou o governo e a sociedade brasileira pelos esforços em promover a reconciliação nacional e a garantia do direito à memória por meio do trabalho da comissão.

Na mensagem, Ban Ki-moon lembra que hoje a ONU celebra o Dia Internacional dos Direitos Humanos e diz que a organização encoraja e apoia “esforços em todo o mundo para desvendar os fatos que envolvem grandes violações dos direitos humanos e da lei humanitária internacional e promovem a justiça e a reparação”.

O secretário-geral da ONU diz que se junta ao Brasil “para honrar a memória daqueles que sofreram como resultado das brutais e sistemáticas violações dos direitos humanos que ocorreram entre 1946 e 1985”, destaca o direito à memória para que as violações não se repitam, e pede que as conclusões e recomendações do relatório final da CNV sejam amplamente divulgadas.

“Todas as vítimas têm o direito de saber a verdade sobre as violações que sofreram. Conhecer a verdade oferece às vítimas e aos seus familiares a possibilidade de fazer as contas com o passado sobre a sua perda e o seu pesar. Isso lhes proporciona dignidade e pelo menos uma pequena reparação pelas suas perdas e pelo seu sofrimento. Informar a sociedade e estimular o diálogo sobre as liberdades fundamentais, e como estas foram violadas, é uma salvaguarda vital contra a recorrência de abusos”, diz a mensagem.

Com 4,4 mil páginas divididas em três volumes, o relatório final da CNV traz as atividades desenvolvidas pelo colegiado durante os dois anos e sete meses de investigações, além de fatos apurados, conclusões e recomendações.

Uma das conclusões do documento é a confirmação de que as graves violações aos direitos humanos durante o período da ditadura militar foram praticadas de maneira sistemática e configuram crime contra a humanidade.

O relatório lista os 434 mortos e desaparecidos vítimas da ditadura militar e também aponta os nomes de 377 responsáveis pelas violações, entre eles os cinco generais que foram presidentes da República durante a ditadura militar.

Criada pela Lei 12.528/2011 e instalada em maio de 2012 para examinar e esclarecer violações de direitos humanos cometidas entre 1946 e 1988, principalmente no período da ditadura militar (1964-1985), a comissão terá seus trabalhos encerrados e será extinta no próximo dia 16.

São Paulo - Nesta quarta-feira, a Comissão Nacional da Verdade entregou à presidente Dilma Rousseff o relatório final sobre as violações de direitos humanos ocorridas no período da di tadura militar no Brasil. Muito emocionada, a presidente - que foi presa e torturada durante o regime - disse que espera que o relatório contribua para que "fantasmas de um passado doloroso e triste não possam mais se proteger nas sombras do silêncio e da omissão". Os números apresentados pela Comissão mostram que a ditadura deixou 434 mortos e desaparecidos políticos no período.Outras centenas de pessoas foram perseguidas e torturadas.Para chegar a essas conclusões, grande parte do trabalho foi feito escutando ex-presos políticos que vivenciaram as torturas físicas e psicológicas características do período de forte repressão. O outro lado, dos repressores, também foi ouvido e muitos confirmaram que a tortura era usada como método interrogatório e de punição.Veja nas fotos 7 relatos chocantes sobre o que acontecia com quem era preso no período da ditadura militar.Veja também quem eram e o que faziam os agentes que mandavam na ditadura e os 377 responsáveis por crimes no período.
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